Foi entregue, esta terça-feira, na Assembleia da República uma petição, com 12 mil assinaturas, a pedir que Portugal reconheça o Estado da Palestina.
O documento, proposto por 163 personalidades de várias areadas da sociedade, social, foi entregue à vice-presidente do Assembleia da República Teresa Morais por um grupo de peticionários, no qual se inclui o antigo candidato presidencial António Sampaio da Nóvoa e o antigo jornalista José Vítor Milheiros.
“Queremos o reconhecimento, por Portugal, do Estado da Palestina, juntando-se a 149 países do mundo que já representam mais do que a maioria da ONU que já o reconhecem e que Portugal se comprometa com as deliberações do Tribunal Penal Internacional [TPI] relativamente à Palestina”, disse aos jornalistas Vítor Malheiros.
Sublinhe-se que Portugal é um dos 15 países da União Europeia que não reconhecem o Estado da Palestina, um tema que divide os Estados-membros, que apoiam no entanto a solução dos dois Estados para o conflito israelo-palestiniano.
Os peticionários sublinham que os reféns feitos pelo Hamas é uma situação “inaceitável”, no entanto, segundo Vítor Malheiros, “nada daquilo que é feito por Israel contribui para a solução desse problema, nada contribui para a libertação dos reféns e, pelo contrário, apenas aumenta a violência e torna o problema ainda mais dificilmente solucionável. Israel não parece interessado na resolução do problema, nem sequer na resolução do problema dos reféns”.
“Não é esta agressividade, não são estes massacres de civis palestinianos que aumentam a probabilidade de os reféns serem libertados. Isto é algo inaceitável. É uma questão política, mas, acima de tudo, uma questão moral. A primeira coisa a fazer é confiar no Estado da Palestina e depois fazer pressão em todos os fóruns possíveis para que se encontrem uma solução negociada para a paz”, acrescentou.
O antigo jornalista aproveitou ainda para sublinhar a guerra em Gaza “não é uma questão de esquerda ou direita, não é de forma nenhuma uma questão partidária, é uma questão básica de defesa do direito e de defesa da vida”.