A Rússia acusou esta terça-feira os países europeus de participarem indiretamente na guerra contra a Rússia ao fornecer armas à Ucrânia. Segundo o Kremlin, a posição não contribui para uma solução pacífica do conflito.
“Vemos que a Europa está indiretamente envolvida e que o fornecimento de armas [à Ucrânia], de uma grande variedade de sistemas de armas e munições, continua”, disse o porta-voz do Kremlin.
Para a Rússia, “trata-se de uma participação indireta na guerra contra a Rússia”, afirmou Denis Peskov na conferência de imprensa telefónica diária, citado pela agência de notícias espanhola EFE.
Peskov também criticou as declarações do chanceler alemão, Friedrich Merz, na segunda-feira, de que já não existe qualquer limitação ao alcance das armas ocidentais fornecidas a Kiev. “É claro que este comportamento dos europeus não ajuda em nada a resolução pacífica”, acrescentou.
O porta-voz do Kremlin afirmou ainda que a intensificação dos ataques ucranianos com drones em território russo também não facilita o progresso do processo de paz.
O Ministério da Defesa russo acusou a Ucrânia de ter aumentado o número de ataques com drones e rockets produzidos pelo Ocidente contra infraestruturas civis em território russo desde 20 de abril.
Peskov também desvalorizou críticas recentes do Presidente norte-americano, Donald Trump, ao homólogo russo, Vladimir Putin, e disse que não afetarão a planeada troca de prisioneiros russo-americanos.
Face à intensificação dos ataques contra a Ucrânia enquanto tenta mediar um acordo de paz, Trump afirmou no domingo que Putin “ficou completamente louco”. “É claro que os lados russo e norte-americano não podem concordar em tudo”, comentou Peskov, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).