Tribunal. Marco Pontes não se lembra da velocidade a que ia aquando do atropelamento mortal na A6

Tribunal. Marco Pontes não se lembra da velocidade a que ia aquando do atropelamento mortal na A6


Marco Pontes responde pelo crime de homicídio por negligência grosseira.


O ex-motorista do antigo ministro Eduardo Cabrita afirmou, esta quinta-feira em tribunal, que não sabe a velocidade a que conduzia o veículo, quando colheu mortalmente um de um trabalhador na A6, em junho de 2021.

Marco Pontes responde pelo crime de homicídio por negligência grosseira  e foi hoje ouvido na primeira sessão do julgamento no Tribunal de Évora.

Questionado pela juíza Vanda Simões sobre a velocidade de 155 quilómetros por hora, entretanto apurada por uma perícia, respondeu que não tinha noção de seguir a essa velocidade.

O ex-motorista do então ministro da Administração Interna garantiu que ninguém o instruiu para ir a determinada velocidade e acrescentou que não tinha pressa para chegar a Lisboa, para onde se dirigia com Eduardo Cabrita que tinha tido uma deslocação a Portalegre.

O arguido disse ter sido surpreendido pela presença do peão. “Vejo o peão, travo e buzino”, mas “o peão, ao ouvir, vira-se e tenta ir para a sua esquerda, para a berma da autoestrada”, mas depois, acaba por se dirigir “para o separador central e é quando se dá o embate”, relatou em tribunal, segundo a agência Lusa.

Marco Pontes, que deixou de ser motorista do Ministério da Administração Interna em 2022, disse ainda que, olhando agora para o que aconteceu, “não teria feito nada de diferente para evitar o embate”.

“Pensei logo que aquele acontecimento me tinha destruído a minha vida”, afirmou o ex-motorista, que tem, desde então, acompanhamento psicológico e psiquiátrico, após lhe ter sido diagnosticado ‘stress’ pós-traumático.

Sobre Eduardo Cabrita, Marco Pontes contou que, após o atropelamento, os elementos da segurança acompanharam o ministro até outro veículo e que este se manteve dentro do carro “em choque e transtornado”.