Recebidos 78 pedidos de compensação financeira por abusos sexuais na Igreja

Recebidos 78 pedidos de compensação financeira por abusos sexuais na Igreja


Para 27 de novembro, está previsto um congresso internacional sobre o tema em Fátima, para tentar “pensar um pouco o papel da Igreja Católica, não só na prevenção, mas também na resposta à violência sexual”


O grupo Vita, que acompanha as situações de abuso sexual na Igreja Católica, recebeu, em dois anos, um total de 78 pedidos de compensação financeira.

“O grupo Vita completa hoje dois anos e diria que o balanço é globalmente positivo”, afirmou a coordenadora do grupo criado pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP). Rute Agulhas salientou que foram recolhidos 130 pedidos de ajuda e 78 pedidos de compensação financeira.

Até dia 31 de março, data formal limite para apresentar este tipo de requerimentos, foram feitos “75 pedidos de compensação financeira, 57 destes relativos a dioceses e os restantes relativos a diversas congregações religiosas”, explicou a psicóloga. Após o fim do prazo, foram recebidos mais três pedidos, o que perfaz um total de 78.

Deste lote, “até ao dia de hoje, foram já avaliadas 51 pessoas”, com contactos individuais perto das suas zonas de residência.

“As restantes estão agendadas até ao final de julho… [e] voltamos a reiterar o compromisso do grupo Vita de enviar até final de agosto todos os pareceres, todos os relatórios de todas as pessoas que entretanto naturalmente serão avaliadas” para que depois a comissão organizada pela Igreja Portuguesa possa discutir os montantes indemnizatórios.

“Da nossa parte, esta parte do processo fica feita e será perfeitamente viável que a partir de setembro o grupo de fixação das compensações comece a trabalhar”, afirmou Rute Agulhas, citada pela agência Lusa. 

A coordenadora considera que há condições para “corresponder aquele que foi o compromisso da própria Igreja, da própria CEP, que esperava que todos estes processos tivessem concluídos até ao final do ano”.

O grupo concluiu três estudos, apresentados em janeiro, mas existem ainda outros projetos em fase de conclusão, relacionados com prevenção primária, como será o programa “Girassol”, um “jogo digital para crianças dos 10 aos 12 anos”, que será apresentado no externado São José, em Lisboa, no final de setembro.

O jogo segue as “melhores práticas pedagógicas” e procura “criar uma Igreja mais segura e mais protetora”.

Para 27 de novembro, está previsto um congresso internacional sobre o tema em Fátima, para tentar “pensar um pouco o papel da Igreja Católica, não só na prevenção, mas também na resposta à violência sexual”, disse a dirigente.