O secretário-geral das ONU adverte que a humanidade está a destruir a biodiversidade a passos largos, pela poluição, crise climática e destruição de ecossistemas. António Guterres realça que é preciso mudar a forma de produzir e consumir. O aviso é feito no Dia Internacional da Diversidade Biológica (ou Biodiversidade), criado pelas Nações Unidas e que se assinala esta quinta-feira.
Na mensagem, o secretário-geral aponta o dedo aos interesses de curto prazo, “que incitam à utilização insustentável do mundo natural”, e alerta que a perda de biodiversidade é um problema mundial, que nenhum país, por mais rico e poderoso que seja, pode enfrentar sozinho.
Além de uma mudança na forma como se produz e consome, para se conseguir um desenvolvimento sustentável é preciso cumprir o Quadro Mundial para a Biodiversidade de Kunming-Montreal, o plano aprovado no Canadá (COP15, em 2022) para deter e reverter a perda de diversidade, defende António Guterres.
“São necessárias políticas, regulamentos e outros incentivos orientados para apoiar as formas de vida sustentáveis e construir economias verdes fortes”, diz o responsável, instando os governos a aproveitarem os progressos da reunião de Roma (COP16) sobre a mobilização de recursos, e eliminarem os apoios públicos a atividades que prejudicam a natureza.
“Tal como o tema do Dia Internacional deste ano nos recorda, viver em ´harmonia com a natureza e com o desenvolvimento sustentável´ é o caminho a seguir para que a humanidade construa um mundo melhor para todos”, afirma o secretário-geral.
O acordo de Kunming-Montreal estabelece nomeadamente a proteção de 30% do planeta até 2030. Porque a vida da humanidade depende da biodiversidade e que hoje a biodiversidade depende da humanidade, a ONU apela a uma utilização sustentável dos recursos naturais e à recuperação dos ecossistemas.