A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) iniciou uma auditoria ao uso de Inteligência Artificial (IA) nas entidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS). A auditoria avaliará as fontes de financiamento, segurança e respeito pelos direitos dos utentes.
Numa nota divulgada no site, a IGAS explica que esta auditoria pretende contribuir para o uso responsável da IA no SNS, avaliando a estratégia de inteligência artificial nos serviços públicos de saúde e o investimento em formação e capacitação dos profissionais.
A política de gestão de dados utilizados pela IA, a segurança da informação e robustez dos sistemas e o impacto da inteligência artificial são outras áreas em foco nesta auditoria.
Na semana passada, o bastonário da Ordem dos Médicos avisou que a inteligência artificial não pode substituir um médico. “É fundamental afirmar que a IA não é, nem pode ser, um substituto do julgamento clínico, da experiência médica nem do contacto humano. O diagnóstico é parte essencial do ato médico, que envolve não apenas dados objetivos, mas também interpretação contextual, escuta ativa e empatia”, afirmou Carlos Cortes.
O bastonário acrescentou que a IA deve ser encarada como uma ferramenta de apoio à decisão clínica e não como agente autónomo de diagnóstico. Carlos Cortes diz faltarem “evidência científica robusta, mecanismos de validação rigorosos e, sobretudo, transparência algorítmica que permita aos médicos compreender e confiar nas decisões sugeridas”.
À agência Lusa, Carlos Cortes defendeu ainda a criação de uma agência nacional para a IA na área da saúde, como forma de prevenir diagnósticos errados e desinformação médica.