Bad Bunny. De Porto Rico para o mundo

Bad Bunny. De Porto Rico para o mundo


Começou de forma amadora, mas foi ouvido e já soma vários prémios. Do supermercado onde trabalhava ao sucesso mundial foram apenas seis anos. O artista porto-riquenho vem a Portugal no próximo ano e o fenómeno já se fez sentir na corrida aos bilhetes, com preços que variaram entre os 70 e os 550 euros.


Já havia suspeitas de que Bad Bunny podia pisar o solo português para um concerto mas, quando se confirmou, a loucura instalou-se. Horas e horas de espera para conseguir bilhete, em filas intermináveis nas plataformas digitais e presencialmente. O objetivo era um: conseguir um bilhete para o primeiro concerto em Portugal do cantor porto-riquenho. A loucura foi tal que o artista e a promotora (Live Nation) abriram uma segunda data para mais um concerto.

Mas quem é, afinal, Bad Bunny? Nasceu Benito Antonio Martínez Ocasio a 10 de março de 1994, em Vega Baja, Porto Rico, e foi criado numa família de classe média baixa no bairro Almirante Sur. O pai era motorista de camiões e a mãe era professora de inglês. É o mais velho de três irmãos.
Desde pequeno que se mostrou fã de reggaeton, uma mistura de hip-hop e reggae, e gostava de artistas como Daddy Yankee e Vico C. Às vezes, como conta, ouvia Tego Calderón no carro a caminho da escola. Ouvia também salsa, merengue e rock e, em determinado momento, chegou a contar que os seus músicos favoritos eram os Bee Gees .

Em miúdo cantou no coro da igreja católica local, onde esteve até aos 13 anos. Mas a partir daí concentrou-se em fazer as suas próprias batidas no quarto, onde passava muito tempo. Depois, improvisava-as na escola.
Os anos foram passando e Bad Bunny matriculou-se no programa de comunicação audiovisual no campus de Arecibo da Universidade de Porto Rico. Mas nem sempre foi fácil e, para financiar os seus estudos, empacotava compras num supermercado Econo.

A música, contudo, não saiu dos seus planos. Ainda antes de se tornar famoso, fazia pequenos concertos em San Juan, que publicava no seu Instagram e na sua conta no Soundcloud. E foi no Soundcloud que conseguiu sucesso e apoio muito rápido.

Em 2018 contou o porquê da escolha do seu nome artístico. «Quando eu era pequeno, na escola, tive que me fantasiar de coelho, e existe uma foto minha com uma cara de irritado. E quando a vi, pensei que deveria chamar-me de ‘Bad Bunny’», explicou. «É um nome que eu sabia que teria boa aceitação no mercado. Coelho é algo tão comum que pensei comigo mesmo: sempre que alguém vir um, vai lembrar-se da minha música».

A carreira tem crescido ao longo dos anos e o seu nome é atualmente reconhecido a nível mundial.
Os críticos musicais não têm dúvidas: «Este homem não entrou apenas na indústria da música – distorceu-a. Não segue tendências. Ele cria momentos, movimenta a cultura e administra a sua marca como um rolo compressor de narrativas, com o equilíbrio certo entre caos e intenção», lê-se em vários artigos da imprensa especialista.

Uma carreira de sucesso
Assim que Bad Bunny ganhou força na internet, começou a colaborar com pesos pesados do reggaeton e a partir daqui foi sempre a crescer. Veio então X 100pre, o seu álbum de estreia que rapidamente ganhou fama.
Anos mais tarde o sucesso era já inconfundível ao ponto de a revista Rolling Stone ter escrito que Bad Bunny «continua a quebrar recordes e a subir alto, alcançando um lugar reservado para estrelas raras e únicas». Estávamos em 2022.

O cantor porto-riquenho conseguiu alcançar a 11.ª posição na Billboard 200 dos EUA, e o seu álbum colaborativo OASIS (2019), com Balvin, alcançou o top 10. Em 2020 lançou dois discos, YHLQMDLG e El Último Tour Del Mundo. Este último tornou-se o primeiro álbum totalmente em espanhol a chegar ao topo da Billboard 200, enquanto o seu primeiro single, Dákiti, alcançou o top 10 da Hot 100.

Seguiu-se Un Verano Sin Ti (2022) que conseguiu passar 13 semanas no topo da Billboard 200 e foi nomeado o álbum de melhor desempenho do ano nos EUA e também a nível mundial. Com várias músicas de sucesso mundial, tornou-se o primeiro álbum em espanhol a ser indicado ao Grammy de Álbum do Ano. Em 2025, voltou a liderar com o single Debí Tirar Más Fotos.
Ao longo de sua carreira, o artista ganhou três Grammy Awards, 11 Latin Grammy Awards, 10 Billboard Music Awards, 30 Billboard Latin Music Awards, 22 Premios Lo Nuestro, 22 Premios Juventud, 21 ASCAP Latin Awards, seis American Music Awards, seis Premios Tu Música Urbano, quatro iHeartRadio Music Awards, dois MTV Video Music Awards e dois MTV MIAW. Além disso, foi o Artista do Ano, nomeado pela plataforma de streaming Apple Music em 2022.

Em 2020, foi o primeiro artista não-anglófono a ser mais ouvido através do Spotify num único ano, o que se repetiu em 2021 e 2022. Em agosto de 2024, a Billboard colocou Bad Bunny no 23.º lugar do seu top 25 das maiores estrelas pop do período 2000-2024, à frente de nomes como Ed Sheeran e Katy Perry.

Digressão mundial, preços e êxtase
A digressão mundial DeBÍ TiRAR MáS FOToS World Tour chega ao Estádio da Luz a 26 de maio de 2026. Portugal é uma das 23 datas da digressão, que arranca a 21 de novembro de 2025, em Santo Domingo, na República Dominicana, e passará por países como Costa Rica, Colômbia, México, Peru, Chile, Argentina, Brasil, Austrália, Japão, Espanha, Alemanha, Países Baixos, Reino Unido, França, Suécia, Polónia e Itália, terminando na Bélgica a 22 de julho de 2026.

Assim que foi possível comprar bilhetes, milhares de pessoas tentaram a sua sorte nas plataformas e a procura foi tal que, em apenas 30 a 40 minutos, os bilhetes mais baratos – com preços a partir dos 70 euros – já estavam esgotados.

A procura foi tão grande que o cantor e a promotora abriram mais uma data para um novo concerto que vai realizar-se no dia seguinte, a 27 de maio.
Para o dia 26 já só estão disponíveis os bilhetes VIP, que custam quase 550 euros. O mesmo acontece para o dia seguinte.
Um autêntico fenómeno.