Montenegro irrita-se com perguntas sobre Spinumviva e recusa falar sobre conversas com IL


“O senhor não tem mais nenhuma pergunta para me fazer todos os dias?”, questionou Montenegro.


Artur Carvalho

O presidente do PSD recusou, esta segunda-feira, abordar o tema das alegadas negociações pré-eleitorais com a Iniciativa Liberal para não “distrair os portugueses com mexericos políticos”.

Luís Montenegro está na feira de Espinho, onde estão também as caravanas do PS, PAN, Chega e o antigo parceiro de coligação PPM.

O primeiro-ministro respondeu a algumas perguntas da comunicação social, mas criticou o facto de se continuar a fazer perguntas sobre o caso Spinumviva, que precipitou as eleições legislativas.

Questionado sobre se considera que “valeu a pena insistir na teimosia de manter a empresa familiar e levar o país para eleições”, Montenegro respondeu: “O senhor não tem mais nenhuma pergunta para me fazer todos os dias? A RTP está empenhadíssima”. O líder do PSD foi depois informado que tinha sido a SIC a fazer a questão.

“Então é a SIC, pronto, mas eu vi aqui o microfone da RTP que tem sido mais insistente. Mas querem voltar a fazer as mesmas perguntas que faziam há dois meses e há três meses? Sinceramente, eu estou muito tranquilo com isso, ainda ontem estive na SIC, até a responder questões à volta disso”, disse Montenegro, fazendo referência à sua ida ao programa de Ricardo Araújo Pereira.

“O essencial é que as portuguesas e os portugueses tomem uma decisão sobre o seu futuro, deem condições de governabilidade e de estabilidade a um governo que querem continuar o seu trabalho”, defendeu, sublinhando que “o resto são manobras para tentar distrair os portugueses de uma avaliação serena”.

Confrontado com as declarações do líder da IL, Rui Rocha, que disse ter sido desafiado pelo PSD para uma coligação pré-eleitoral que recusou, Montenegro pareceu querer fugir ao assunto.

“O que eu propus foi uma coligação aos portugueses para continuarem a acreditar neste governo e é essa que interessa agora. As conversas entre os partidos acho que existem e vão existir sempre, mas não é meu hábito distrair as portuguesas e os portugueses como mexericos políticos, quando aquilo que está em causa são opções estratégicas para o futuro do país”, disse.