No ano passado, mais de um terço das quase 25.000 chamadas recebidas no Centro de Informação Antivenenos (CIAV) do INEM envolveram casos de intoxicação com crianças. A maioria destas tinha menos de cinco anos.
Do total das 25.940 chamadas recebidas, 24.688 (95,18%) deveram-se à exposição a um potencial tóxico e as restantes (4.82%) corresponderam a pedidos de informação na área da toxicologia.
Segundo dados do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) divulgados esta sexta-feira, 8.637 situações de exposição a tóxicos (35%) envolveram crianças, 62,27% das quais menores de 5 anos.
Os principais motivos subjacentes à exposição de crianças a produtos tóxicos foram situações acidentais (59,14%), erro terapêutico (22,06%) e exposição intencional (17,39%).
Os dados indicam que 15.709 das consultas efetuadas ao CIAV envolveram adultos, a maioria (63,7%) mulheres. Em 49,76% das situações foi reportada uma exposição intencional, 24% foram exposições acidentais e em 20,49% dos casos ocorreu um erro terapêutico.
“Na origem da exposição, os principais tóxicos envolvidos, no que se refere aos medicamentos, foram os ansiolíticos, antidepressivos e antipsicóticos. Quanto a outros produtos, destaque para as substâncias de abuso, onde se incluem as intoxicações alcoólicas, seguindo-se as lixívias e os detergentes (loiça, máquina e de limpeza doméstica”, refere o INEM em comunicado.
Segundo a nota, “no momento de contacto com o CIAV, 11.112 (45,64%) dos casos apresentavam sintomas. Em 46,8% dos casos, foi possível controlar a situação no local, graças ao aconselhamento prestado pelo CIAV, evitando-se o recurso a uma Unidade de Saúde”.
O CIAV é o único centro de intoxicações existente em Portugal, disponível através do número telefónico gratuito 800 250 250.
O serviço, que está disponível 24 horas por dia, todos os dias do ano, é constituído por médicos com formação específica na área da toxicologia que prestam apoio a profissionais de saúde e ao público em geral em situações relacionadas com a exposição a tóxicos, medidas de prevenção ou qualquer informação na área da toxicologiaMais de um terço dos atendimentos no centro antivenenos em 2024 foram a crianças
