DGEG prevê aumento do consumo de eletricidade entre 2025 e 2040

DGEG prevê aumento do consumo de eletricidade entre 2025 e 2040


Relatório analisa ainda as ligações entre Portugal e Espanha e admite que com os projetos de investimento que estão em curso ou que estão previstos implementar, as metas estabelecidas no MIBEL serão ultrapassadas


O consumo da eletricidade deverá aumentar entre 2025 e 2040. Esta é uma das conclusões da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) do ‘Relatório de Monitorização da Segurança de Abastecimento do Sistema Elétrico Nacional 2025-2040’ que revela ainda que este aumento do consumo anual poderá variar entre 1,4% e 0,6%, consoante o cenário analisado (cenário superior ambição e cenário inferior conservador). 

 «No cenário superior ambição–teste de stress a taxa média de crescimento anual no período 2024-2029 é de 2,1%», indica o documento e indica ainda que as previsões de evolução da procura deste relatório são inferiores às dos relatórios anteriores em todos os cenários até 2030. «A partir de 2035, a procura em todos os cenários está acima da envolvente da procura dos cenários do relatório de 2023», explicando que «esta situação fica a dever-se, essencialmente, à evolução mais relevante do consumo dos grandes projetos industriais a partir de 2030, embora se assuma, igualmente, uma vertente de auto consumo que vai no sentido da redução do consumo referido à produção líquida»

O documento chama ainda a atenção para o facto de o sistema eletroprodutor nacional ir evoluir no sentido da aceleração da integração de fontes de energia renovável, considerando que essa tendência «coloca desafios crescentes à gestão da intermitência e variabilidade da produção associada a estas fontes», referindo também que se perspetivava uma crescente eletrificação dos consumos, «em particular no setor dos transportes, o que aumenta a complexidade da gestão da rede e dos consumos».

Ligação a Espanha

O documento refere que tendo em conta a análise de sensibilidade adicional à oferta na trajetória ambição que assume a desclassificação integral das atuais centrais térmicas de ciclo combinado a gás em 2030 e as condições da procura do cenário superior ambição é possível concluir que, mesmo com o contributo de 100% da capacidade de interligação Espanha/Portugal) «não é possível cumprir o padrão de segurança de abastecimento, com o LOLE [Lost of Load Expectation] a ascender a 36 h/ano», acrescentando que, «mesmo assumindo que existe disponibilidade de geração no sistema eletroprodutor de Espanha, as atuais centrais de ciclo combinado a gás são essenciais para garantir a segurança do abastecimento do SEN [Sistema Elétrico Nacional]».

O relatório analisa ainda o nível das interligações entre Portugal e Espanha, com os projetos de investimento em curso ou previstos implementar, com a DGEG a prever que a curto prazo (2024 e 2025) – tendo em consideração o acordo estabelecido entre a REN e a Red Eléctrica de España (REE) que teve início na primeira metade de 2021 – poderão ser alcançados valores sustentados de capacidade de interligação com mínimos estimados de 2.700 MW em ambos os sentidos.

Já no horizonte 2027, com a entrada em serviço da interligação Minho – Galiza (prevista ocorrer até final de 2025) – a DGEG acredita que «será possível ultrapassar as restrições de rede ainda existentes» e alcançar valores mínimos de capacidade comercial de interligação de 3.500 MW no sentido Portugal/ Espanha e 4.200 MW no sentido Espanha/Portugal.