A fotografia de Lionel Messi a segurar o bebé Lamine Yamal ao colo correu mundo, quando o jovem começou a destacar-se nos holofotes da equipa principal, tendo apenas 15 anos. O ‘toque do mágico’, como muitos apelidaram, está a dar frutos.
Corria o ano de 2007 quando, numa campanha da UNICEF, a família de Yamal foi a escolhida para fazer uma sessão fotográfica em Camp Nou, com um jovem Messi que já estava nas bocas do mundo. O argentino pegou no bebé e o resto é história.
Prova disso é o crescimento que o FC Barcelona, e também a seleção de Espanha, têm tido desde o aparecimento de mais um jovem produto da famosa ‘La Masia’, e que promete ser ‘rei’ do desporto nos anos vindouros, depois de Messi e Ronaldo.
Aos 17 anos – atinge a maioridade em 13 de julho deste ano –, Lamine Yamal conta já no palmarés com um Campeonato da Europa, ao serviço da seleção espanhola, em 2024, bem como um campeonato, uma Supertaça e uma Taça do Rei no clube.
Para além disso, tem batido recordes atrás de recordes, fruto da precocidade com que apareceu no futebol profissional sénior e nos grandes palcos internacionais: é um verdadeiro fenómeno, tanto dentro, como fora dos relvados, nas redes sociais.
Esta semana, o FC Barcelona encarou o Inter de Milão na primeira mão das meias-finais da Liga dos Campeões, com um empate 3-3 a deixar tudo em aberto para o segundo duelo, e com Lamine Yamal a marcar um dos golos de um entretido jogo.
Esse tento tornou o espanhol no futebolista mais novo de sempre a marcar numas meias-finais da prova milionária, sendo também o detentor de tal feito no Europeu de futebol, no campeonato espanhol, na Taça do Rei e na história da turma catalã.
Mas nem só de Lamine Yamal vive esta ascensão do FC Barcelona, num conjunto onde despontam os também produtos da formação Pau Cubarsí, Baldé, Pedri ou Casadó, num misto com a experiência de Szczesny, Iñigo Martínez e Lewandowski.
No auge da carreira parece estar Raphinha, ex-futebolista de Vitória de Guimarães e Sporting, que, aos 28 anos, é claramente candidato à conquista da Bola de Ouro, podendo ter, como um dos principais rivais, precisamente o colega Lamine Yamal.
Para cimentar essa candidatura ao maior prémio individual, muito se justificará a tremenda época que os ‘blaugrana’ estão a fazer sob o comando do alemão Hansi Flick, técnico que levou o Bayern Munique à glória e que procura idêntico objetivo.
Já com a Taça do Rei no bolso – numa final frente ao grande rival Real Madrid, por 3-2, apenas resolvida no prolongamento –, o FC Barcelona lidera o campeonato de Espanha, com quatro pontos de vantagem e cinco jornadas ainda por se disputar.
Para além disso, está nas meias-finais da Liga dos Campeões e candidata-se a um ‘triplete’ histórico, um feito alcançado por duas ocasiões, em 2008/09 e 2014/15, em pleno reinado de Lionel Messi, futebolista dos ‘culés’ entre 2004/05 e 2020/21.
Mas nem tudo tem sido um mar de rosas nos derradeiros anos para o conjunto da Catalunha. Assolado por uma crise financeira, que levou à saída de Messi, devido à impossibilidade de pagar o seu avultado salário, o clube teve de se reestruturar.
Entrar nos eixos
Josep Maria Bartomeu renunciou ao cargo de presidente, após ser descoberto um prejuízo de centenas de milhões de euros, e, no seguimento da saída de Messi, os veteranos Busquets, Jordi Alba ou Piqué, entre outros, também acabaram por sair.
As duas últimas temporadas com Messi já tinham sido complicadas, começando pela goleada histórica sofrida aos pés do Bayern Munique, em jogo dos quartos de final da Liga dos Campeões 2019/20, por 8-2, no Estádio José Alvalade, em Lisboa.
A pandemia de covid-19 não ajudou à ‘festa’ e, em 2020/21, o FC Barcelona voltou a ser eliminado cedo, nos ‘oitavos’, frente ao Paris Saint-Germain, clube que, no final dessa época, contrataria o oito vezes vencedor da Bola de Ouro, Lionel Messi.
Joan Laporta voltou a assumir a presidência do clube, mas a reestruturação durou alguns penosos anos, com consecutivas despromoções à Liga Europa, nos quais o FC Barcelona desiludiu, ao cair nos ‘quartos’ (2021/22) e no ‘play-off’ (2022/23).
No entanto, a nível nacional o clube foi capaz de entrar nos eixos, ao conquistar o campeonato em 2022/23, já com as jovens ‘estrelas’ da atualidade a aparecerem na equipa, mas faltava ainda o reconhecimento internacional, que estava a tardar.
No ano seguinte, já com Messi nos norte-americanos do Inter Miami, os franceses do Paris Saint-Germain voltaram a ser ‘carrascos’ do FC Barcelona, nos quartos de final da Liga dos Campeões, numa rivalidade que pode vir a ter um terceiro ‘round’.
O conjunto gaulês, que conta no plantel com os portugueses Nuno Mendes, João Neves, Vitinha e Gonçalo Ramos, derrotou os ingleses do Arsenal na primeira mão das meias-finais da Liga dos Campeões (1-0), seguindo em vantagem rumo à final.
Os encontros da segunda mão decorrem nas próximas terça-feira e quarta-feira e os vencedores das respetivas eliminatórias concluem a temporada desportiva na final, agendada para a Allianz Arena, em Munique, no dia 31 de maio, pelas 20h00.