Política Geral
O secretário-geral do PCP arranca o debate com a porta-voz do PAN com críticas ao PS, no entanto, recusou a ideia de que “colou” o PS à direita, dizendo que apenas “apresentou factos”.
E dá como exemplo que os socialistas viabilizaram o orçamento do Governo da AD e apoiaram o investimento na Defesa “para comprar armas”.
Mas Paulo Raimundo não fica por aqui. “O PS propõe 1100 euros de salário mínimo em 2029, o PSD propõe 1110”, acrescenta.
Por outro lado, quando confrontado com a possibilidade de uma nova gerigonça, o líder comunista responde: “Nunca falhámos às soluções, mas PS tem de mudar o programa”.
A palavra passa para a porta-voz do PAN, que recusa colocar o partido à esquerda ou à direita, preferindo dizer que está “alinhado com as grandes preocupações dos portugueses” .
Confrontada com o facto de ter havido um maior apoio do PAN às propostas do Governo, Inês Sousa Real sublinha que o “PAN tem deixado claro as suas linhas vermelhas” e exclui um “consenso com AD” para governar, devido aos recuos na questão da proteção animal e às “borlas ficais” aos grande poluidores.
Política Fiscal
O tema é agora a política fiscal, com destaque para o IRC e as medidas para jovens e Paulo Raimundo considera que o combate à precariedade e o aumento dos salários é o caminho.
Sobre a isenção de IMT, com a qual o PCP não concorda, Paulo Raimundo sublinha que “objetivamente, nenhuma medida permitiu a descida do preço das casas” e que quem beneficia com o aumento é a banca, que tem “6,3 mil milhões de euros de lucros”, e defende que é preciso “exigir que a banca contribua para este benefício”.
Por seu lado, Inês Sousa Real diz que a descida transversal do IRC que o PAN propõe não é incoerente com o programa ecológico e que há mais fatores a ponderar nesse alívio fiscal. “Não diabolizamos as empresas”, frisa, respondendo às críticas do líder comunista à política fiscal do partido.
Sobre o IRS Jovem, a deputada do PAN propõe um regime bonificado de crédito para melhorar a medida do Governo de apoio à compra de Habitação pelos jovens. “Não temos preconceito ideológicos com os jovens que querem comprar casas”, sublinha, numa espécie de recado a Raimundo.
Política Ambiental
O tema passa para política ambiental com Inês Sousa Real a defender a regulamentação da exploração do lítio em Portugal, para obrigar e fiscalizar o cumprimento dos valores ambientais, dando exemplos de situações em que são as populações que estão a denunciar o “atentado ambiental” em curso.
A porta-voz do PAN aproveita para lembrar que a “UE veio alertar para o atraso de Estados-membros como Portugal para aplicar fundos do PRR para a transição verde”.
Sousa Real acusa ainda o PCP de ser “incoerente” por não ter apoiado proposta do PAN sobre o aeroporto. “Dizem-se ambientalistas quando votam contra a proposta de avaliação de impacto ambiental do Aeroporto, que é um ecocídio?”, questiona.
Raimundo responde que “não há ninguém que seja mais defensor dos recursos naturais” do que o PCP e sublinha a falta que os Verdes fazem na representação parlamentar.
Touradas
Os ânimos exaltam-se quando o assunto muda para as touradas, com Sousa Real a criticar o PCP por ter baixado o IVA das touradas, o que considera que resulta no financiamento do próprio estado daquela atividade. A porta-voz do PAN chega mesmo a acusar os comunistas de falta de “empatia e respeito pelo sofrimento animal” e aproveita para defender a realização de um referendo nacional.
Em resposta, o secretário-geral do PCP diz que “há coisas que não podemos arrumar por decreto nem à força” e desvaloriza a questão. “Temos tanta coisa para resolver”, diz. “Acha mesmo que a nossa prioridade é essa?”
E dá como exemplo a privatização da ANA, é preciso perceber o que se passou, defende, lembrando que estão em causa “20 mil milhões nos próximos dez anos”.
Apelos
A terminar, Paulo Raimundo deixa um apelo à participação massiva nas comemorações do 25 de Abril”.
A fechar o debate, Inês Sousa Real aposta no tema da corrupção, pedindo “mais transparência” aos titulares de cargos políticos e assinalando que o país “perde mais 34 mil euros para a corrupção a cada minuto”, fundo que “sugam dinheiro” à educação, à saúde e ao combate à violência.