Cansado de eleições em vão


A “comentocracia” está a justapor-se à democracia. A infinidade de tempo e comentadores depois de um debate é vertiginoso.


Com as sondagens como indicador de sinais, esta eleição, com algumas nuances, vai ficar tudo na mesma e a instabilidade política veio para ficar. É o nosso karma. O Chega a manter a sua elevada votação volta a dar que pensar! Se não fosse as malas e todos os casos com deputados, porventura, poderia ter uma indicação de voto superior.

Montenegro vencer é natural, está no poder. Pedro Nuno não tirar partido disto tudo é problemático. A esquerda parece em vias de extinção. O sistema vai passar de bipartidário (PSD-PS) a tripartidário (Chega-PS-PSD). André Ventura é um político que leva o Chega às costas.

É impossível descansar destas eleições, liga-se a televisão e em qualquer canal se fala de eleições, Montenegro, Pedro Nuno Santos, André Ventura and so on.

A forma de descansar é ver um filme, ler um livro ou conversar com amigos. A vida política tornou-se saturante, desinteressante e concebível. A “comentocracia” está a justapor-se à democracia. A infinidade de tempo e comentadores depois de um debate é vertiginoso.

Para estas eleições legislativas antecipadas para o dia 18 de Maio, os debates ignoram o que se passa no Mundo, tendo em conta a influência que pode ter na vida dos portugueses.

O menor compromisso dos EUA com a NATO, assim como, a aplicação de tarifas à China e à Europa.

Portugal historicamente é vulnerável e dependente do que se passa na Europa e no Mundo. A influência que têm as políticas de Trump que agitam a Europa, Portugal e o Mundo. A política internacional, novos equilíbrios geopolíticos e geoeconómicos deveriam ser o mote dos debates.

Quanto poderá a economia nacional sofrer com a volatilidade do preço do petróleo no mercado e de bens que fazem subir os preços, concomitantemente a inflação? A vitória, de Donald Trump marca um novo ciclo nas relações da América com a Europa e o Mundo, nomeadamente Rússia e China.

Como pode reagir a Europa? A  Europa deve ter um exército europeu? Em relação à taxação dos seus produtos, encontrar novos mercados? Retaliar contra os EUA?

Em relação à defesa de Portugal que implicações advirão na despesa pública?

Quando terminar a eleição do dia 18 de Maio, anseio por um tempo para descansar deste cansaço, mas não terei esse deleite. Estão a caminho as autárquicas, e pelo meio, as presidenciais não dão tranquilidade.

Pensar em Portugal, por vezes, é olhá-lo com distanciamento, não dizer nada, não ler nada e não saber nada. Pensar na política portuguesa cansa.

O nível de exigência, querer estar a par de tudo e saber tudo, é extenuante. Há outras coisas importantes a fazer na nossa vida, do que estar sempre informado e ser um verdadeiro detective de notícias e, na sua interpretação.

Essa demanda mental informativa é exaustiva, insuportável, imprestável e, temos que ter a noção que há outras prioridades na vida, como desligar, conviver com amigos, praticar um desporto, etc.

Impossível descansar em período eleitoral.

Eu torço para que estas eleições permitam um governo estável e duradouro, quero entrar numa rotina de governabilidade e tirar umas férias da política.

Fundador do Clube dos Pensadores

Cansado de eleições em vão


A “comentocracia” está a justapor-se à democracia. A infinidade de tempo e comentadores depois de um debate é vertiginoso.


Com as sondagens como indicador de sinais, esta eleição, com algumas nuances, vai ficar tudo na mesma e a instabilidade política veio para ficar. É o nosso karma. O Chega a manter a sua elevada votação volta a dar que pensar! Se não fosse as malas e todos os casos com deputados, porventura, poderia ter uma indicação de voto superior.

Montenegro vencer é natural, está no poder. Pedro Nuno não tirar partido disto tudo é problemático. A esquerda parece em vias de extinção. O sistema vai passar de bipartidário (PSD-PS) a tripartidário (Chega-PS-PSD). André Ventura é um político que leva o Chega às costas.

É impossível descansar destas eleições, liga-se a televisão e em qualquer canal se fala de eleições, Montenegro, Pedro Nuno Santos, André Ventura and so on.

A forma de descansar é ver um filme, ler um livro ou conversar com amigos. A vida política tornou-se saturante, desinteressante e concebível. A “comentocracia” está a justapor-se à democracia. A infinidade de tempo e comentadores depois de um debate é vertiginoso.

Para estas eleições legislativas antecipadas para o dia 18 de Maio, os debates ignoram o que se passa no Mundo, tendo em conta a influência que pode ter na vida dos portugueses.

O menor compromisso dos EUA com a NATO, assim como, a aplicação de tarifas à China e à Europa.

Portugal historicamente é vulnerável e dependente do que se passa na Europa e no Mundo. A influência que têm as políticas de Trump que agitam a Europa, Portugal e o Mundo. A política internacional, novos equilíbrios geopolíticos e geoeconómicos deveriam ser o mote dos debates.

Quanto poderá a economia nacional sofrer com a volatilidade do preço do petróleo no mercado e de bens que fazem subir os preços, concomitantemente a inflação? A vitória, de Donald Trump marca um novo ciclo nas relações da América com a Europa e o Mundo, nomeadamente Rússia e China.

Como pode reagir a Europa? A  Europa deve ter um exército europeu? Em relação à taxação dos seus produtos, encontrar novos mercados? Retaliar contra os EUA?

Em relação à defesa de Portugal que implicações advirão na despesa pública?

Quando terminar a eleição do dia 18 de Maio, anseio por um tempo para descansar deste cansaço, mas não terei esse deleite. Estão a caminho as autárquicas, e pelo meio, as presidenciais não dão tranquilidade.

Pensar em Portugal, por vezes, é olhá-lo com distanciamento, não dizer nada, não ler nada e não saber nada. Pensar na política portuguesa cansa.

O nível de exigência, querer estar a par de tudo e saber tudo, é extenuante. Há outras coisas importantes a fazer na nossa vida, do que estar sempre informado e ser um verdadeiro detective de notícias e, na sua interpretação.

Essa demanda mental informativa é exaustiva, insuportável, imprestável e, temos que ter a noção que há outras prioridades na vida, como desligar, conviver com amigos, praticar um desporto, etc.

Impossível descansar em período eleitoral.

Eu torço para que estas eleições permitam um governo estável e duradouro, quero entrar numa rotina de governabilidade e tirar umas férias da política.

Fundador do Clube dos Pensadores