Livre VS PAN: unidos em quase tudo

Livre VS PAN: unidos em quase tudo


O frente a frente entre Rui Tavares e Inês Sousa Real.


Rui Tavares e Inês Sousa Real debateram, esta terça-feira. Questionada sobre o que separa o PAN do Livre, Inês Sousa Real, que foi a primeira a falar, referiu várias propostas do seu partido que não foram acompanhadas pelo Livre, como “incluir IRS Jovem a quem não estava abrangido pela medida, nomeadamente porque vivia em casa dos pais”.  

Por outro lado, Rui Tavares frisou que é mais o que une os dois partidos do que os separa, mas também relembrou medidas do Livre que o PAN não acompanhou.  

“O PAN não acompanhou o Livre na vontade de criar o Hidrogénios de Portugal que impediria que os leilões fossem para os privados”, disse. 

Sobre Habitação  

Sobre Habitação, Rui Tavares defendeu que é preciso “construir mais casas” e recordou que há um fundo de emergência para a Habitação que foi negociado pelo Livre, no Orçamento do Estado de 2024, no qual  25% do imposto de selo das transações no imobiliário vão consignadas para esse fundo. “100 milhões de euros por ano que não estão a ser usados porque o Governo de Luís Montenegro alertado diversas vezes não regulamentou esse fundo”.  

Rui Tavares também defendeu que é necessário um “Serviço Nacional de Habitação que custará mil milhões de euros ao ano a ser financiado por uma taxação das áreas económicas que têm lucrado com a crise imobiliária como a Banca e as imobiliárias”. 

Já neste caderno, Inês Sousa Real afirmou que é preciso terminar com o “regime de residentes não habituais” que contribuem para especulação e inflação. 

Para o PAN, é difícil continuar com a “expectativa” de que, “a curto prazo” o problema da habitação vai ser mitigado “com a construção”.  

Sobre o SNS 

Sobre a saúde, o líder do Livre afirma que o SNS “está numa concorrência desleal com os privados”, e explicou a razão. “Quando não se sabe quais são as folhas de salário do privado, isto leva a drenar recursos humanos do SNS e a seguir deprimir os salários”.  

“É natural que se queira que o público saiba do privado o mesmo que o privado sabe do público”, defendeu.  

Por sua vez, a porta-voz do PAN referiu ser “fundamental termos não só uma aposta na saúde de proximidade com a captação de médicos de família”, mas ir “mais longe” e “combater a solidão”. 

Sobre Violência Doméstica 

No que toca aos direitos das mulheres, Sousa Real defendeu que o crime de violação tem de ser crime público e uma pensão de vida para as vítimas. “Pedimos mais apoios para a rede nacional que implique a nomeação de um advogado para apoiar nestes casos”.  

“O combate à violência doméstica, sexual e abuso infantil deve ser uma prioridade na próxima legislativa”, rematou. 

Rui Tavares concorda com a sua oponente. “Quando propusemos o acesso ao subsídio de desemprego às vítimas de violência doméstica é um exemplo prático disso, para ajudar a quem está preso nesse ciclo a livrar-se dele através da sua independência financeira” 

Já no final, o PAN voltou a defender sua proposta de tornar as segundas-feiras dias sem carne, que pretender “reduzir a pegada ecológica do que comemos através de um dia por semana sem carne”.  

De acordo com Sousa Real, “há vários estudos que nos dizem que a pecuária intensiva e as escolhas baseadas na alternativa da proteína da carne estão a ter um impacto ambiental e para a saúde humana”.  

Rui Tavares falou ainda sobre a redução para 30 horas de trabalho por semana e aumentar para 30 os dias de férias por ano.  

“Quando trouxemos a proposta dos 4 dias de trabalho por semana, correu muito bem e Montenegro decidiu não continuar com essa”.