A imigração e a saúde dominaram parte do debate entre André Ventura e Rui Tavares. O líder do Chega não poupou críticas à imigração de ‘portas abertas’: “Não podemos continuar a ter indianos, paquistaneses e marroquinos a virem para cá tratar-se ou ter filhos”, acusando os partidos de esquerda de serem responsáveis pelo estado do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e acenou com o polémico caso das gémeas. “O SNS tornou-se um bar aberto”, salientou.
O líder do Livre reconheceu que “a saúde é a principal preocupação dos portugueses hoje” e afirmou que a proposta do programa Regressar Saúde poderá dar uma ajuda ao promover o regresso de profissionais desta área que foram formados em Portugal mas que, entretanto, saíram do país. Tavares defendeu ainda que o setor privado não funciona com uma oferta complementar, até pelo contrário, concorre ao nível dos pacientes e dos profissionais da saúde.
A troca de acusações não ficou por aqui. “O Rui Tavares defende que se deve dar cinco mil euros a cada bebé que nasce em Portugal, mas não tem de ser português. Pode vir para cá de comboio ou aterra aqui de avião e saca cinco mil euros aos portugueses! Isto teria um custo de cerca de 500 milhões euros”, acusa Ventura. O líder do Livre respondeu: “É menos do que o IRS Jovem”.
“Para desmontar cada mentira de André Ventura, não fazia outra coisa neste debate”
André Ventura aproveitou ainda o debate para referir que o Chega propôs o IVA do cabaz de alimentar, assim como a eliminação das portagens que, de acordo com o mesmo, já foram pagas “300 vezes”.
Já Rui Tavares chamou a atenção para a necessidade de encontrar maiorias coerentes e estáveis no Parlamento, tecendo duras críticas ao partido de André Ventura: “Desde que o Chega tem crescido em Portugal, as pessoas já perceberam que votaram num candidato que só pode uma oportunidade. Ele não teve uma, teve 50. E não dignificou o país, mas envergonhou-o”.
E sobre as acusações de Ventura em não responder às questões e às ligações que o líder do Livre terá, nomeadamente de ter amigos no Irão, Rui Tavares disse apenas: “Para desmontar cada mentira de André Ventura, não fazia outra coisa neste debate”.
“Trump está a fazer nos EUA o que temos de fazer na Europa”
O líder do Chega aplaudiu a medida de Donald Trump em avançar com as tarifas comerciais e considerou mesmo que este deve ser o caminho a seguir pela Europa.
E aproveitou a oportunidade para acusar o Livre de querer sair da NATO. “Ficou a irresponsabilidade de Rui Tavares de dizer que devemos sair da NATO, prescindir dos EUA, gostava de perguntar quem nos irá defender, se é a China, a Índia, se são os amigos do Irão ou o George Soros”, questionou.
Corrupção em foco
Também o tema da corrupção esteve em foco e a polémica em torno da empresa de Luís Montenegro. O porta-voz do Livre garante que já apresentou e vai continuar a apresentar medidas anti-corrupção, dando exemplos: “Propostas como o primeiro-ministro não poder ter empresas de consultoria a não ser em gestão profissional independente”.
E a troca de acusações voltou a subir de tom. André Ventura disse que o Chega foi o partido que mais propostas apresentou contra a corrupção, referindo que o Livre esteve contra 75% destas propostas, nomeadamente para confiscar o património dos corruptos”, acusa Ventura. Rui Tavares não poupou na resposta: “Fui eu que apresentei essa proposta em 2011”.