As grandes ideias, através do conhecimento, do estudo, da reflexão, da experimentação, da inovação e ainda fruto do acaso, nasceram todas devido à evolução sofrida (verificada) pelo Ser Humano, isto é, os 1350 cm3 do cérebro foram, e são, responsáveis pelo desenvolvimento do Ser Humano. Mas até lá chegar foram muitos milénios desde o caminhar dobrado e com a ajuda das mãos, ou de uma só, até à posição bípede. … E depois desta conquista veio a outra, que era ver a mulher apenas como uma “fábrica de mão de obra” para a caça, para a luta e para o trabalho na agricultura (10.000 anos), através dos filhos. Eram, de início, evidentemente, povos ágrafos, que contavam a história da comunidade, de forma oral, aos mais novos, como forma de preservar a sua cultura.
Esta evolução sofrida pelo Ser Humano, até hoje, explica-se por dois factores: o tempo e a mutação. O que é extraordinário é que o Homem moderno característico da “3ª vaga” de Toffler, e que pode ser caracterizado por “servir, pensar, conhecer e experimentar”, começa a estar hoje ultrapassado, muito rapidamente, dada a velocidade dos novos conhecimentos, das novas ideias e, sobre tudo, pelo volume dessa informação muito difícil, para um ser normal, de chegar à sua mesa de leitura.
… Mas, mesmo com os conhecimentos a tornarem-se rapidamente “obsoletos”, por ficarem também rapidamente desactualizados, mesmo assim o Homem do século XXI, e Europeu, persiste em defender ideias que começaram a ser pensadas e idealizadas há já 65 anos. Se isto não é uma contradição, então só pode ser explicado por duas razões: a primeira, pelo deseja de alguns homens bons em evitar a repetição dos horrores da guerra com as suas terríveis e devastadoras consequências; a segunda, um bom negócio em perspectiva, já que se abria um mercado de 300 milhões de “almas” consumidoras.
Só que tudo isto está em contradição com o “relógio do tempo”, pois todas essas ideias e acções já estão “obsoletas”, ultrapassadas e antiquadas e só estão ainda “em vigor” devido à teimosia e influência das gerações mais velhas, mas não têm o apoio das gerações mais novas, que representam, sem dúvida, o futuro, já que, no futuro, as gerações mais velhas já estarão todas mortas.
Ora, parece então que seria melhor e mais lógico articular o conhecimento e experiência dos mais velhos com a vontade e determinação (e trabalho) dos mais novos, já que serão eles a “cá ficar”, poupando-se assim tempo e recursos.
Piaget dizia, não nos importamos de repetir até à exaustão, “que a lógica é a moral do raciocínio”. Então, onde está a lógica do ilógico?! É que ele também disse: “A moral é a lógica da acção”. Então, não actuem de forma “imoral”, ou distorcida, pois pensar como no passado pode ser, hoje, pecado.
As ideias e o tempo!, ou seja, cada vez há mais ideias e menos tempo para as ler e digerir, e quando arranjarmos tempo para as ler … já estarão ultrapassadas!
Sociólogo