O grupo ‘Médicos Insubmissos’, que recolheu mais de 9500 assinaturas de adesão, teve esta quinta-feira a primeira reunião de trabalho com a ministra da Saúde. A dirigente recebeu o movimento – constituído, entre outros profissionais médicos, por Mário Jorge, João Varandas Fernandes, Alberto Midões e Jorge Espírito Santo, com reconhecido mérito no SNS – pelas 15h30 desta quinta-feira e no decorrer da conversa foram explorados vários temas. “O posicionamento deste grupo que representa os médicos não é sobrepor-se aos sindicatos nem à Ordem dos Médicos, mas sim apresentar à tutela propostas concretas para ajudar à resolução de muitos dos problemas que são enfrentados”, diz ao Nascer do SOL e ao i uma fonte próxima deste movimento, indicando que alguns temas que estiveram em cima da mesa foram a consideração da saúde como um pacto ou a urgência da organização hospitalar. “Problemas que não estão resolvidos e vão-se agravando”, frisa.
Sabe-se que a ministra ouviu estes médicos e pediu a sua colaboração “pela liberdade e massa crítica” para conhecer as soluções que apontaram. “Numa atitude construtiva de fazer com que, de facto, a saúde tenha a resolução dos seus problemas no curto e médio prazo”, garante esta fonte, adiantando que tem de se perceber “aquilo que pode ser feito agora, mas também posteriormente”. “O sistema precisa de decisões de curto prazo. Por exemplo, nos sistemas de urgência. Por outro lado, este grupo tem uma proposta concreta sobre o modelo de governação dos hospitais e cuidados primários de saúde”, avança, declarando que “há um reconhecimento geral de que as coisas evoluíram, por exemplo em termos tecnológicos”.
“Não são decisões fáceis, mas o grupo é criador de um think tank e vai continuar a trabalhar no sentido de apresentar propostas concretas e descomprometidas politicamente. Foi uma reunião que correu muito bem e estão disponíveis para colaborar. É um sentido de reformulação e não de oposição. Pensar como será tudo feito. E tudo tem de ser adequado ao local e à região, não se pensa em termos nacionais”, sublinha, abordando uma preocupação central. “O sistema não pode estar assente em horas extraordinárias nem em tarefeiros. São é necessidades para suprir alguma desorganização”, realça no dia em que o jornal Público divulgou que quase três mil médicos ultrapassaram o limite anual de horas extraordinárias no primeiro semestre do ano e a agência Lusa noticiou que o SNS gastou mais de 100 milhões de euros com médicos tarefeiros até junho também.