Espanha. Parlamento inicia debate de investidura de Feijóo

Espanha. Parlamento inicia debate de investidura de Feijóo


Cenário de maioria absoluta está muito provavelmente excluído, nova votação exige apenas maioria simples, mas para isso Feijóo precisa da abstenção de deputados de partidos de esquerda ou nacionalistas e independentistas.


O Parlamento de Espanha inicia, esta terça-feira, a sessão de investidura do presidente do Partido Popular (PP), Alberto Núñez Feijóo como primeiro-ministro, com o próprio a reconhecer que não conta com os apoios suficientes para ser eleito.

A sessão deverá prolongar-se até sexta-feira, segundo as regras estabelecidas na Constituição espanhola.

É Feijóo quem arranca a sessão às 12h espanholas, 11h em Lisboa, com uma intervenção, sem limite de tempo, para apresentar a sua proposta de governação.

Seguem-se intervenções dos grupos parlamentares, com direito a reação de Feijóo e contra-resposta dos partidos.

Na quarta-feira, a proposta de Feijóo vai a votos, com os 350 deputados a serem chamados um a um para darem a conhecer a sua posição, terão de dizer em pé e em voz alta se estão "a favor", "contra" ou se optam pela "abstenção".

A sessão de investidura só terminará já amanhã se o líder do PP conseguir uma maioria absoluta de votos, o que o próprio Feijóo já reconheceu ser improvável.

Se não for obtida a maioria absoluta, 48 horas depois (na sexta-feira) repete-se a votação, precedida de novas intervenções de Feijóo e dos partidos, desta vez com limite de tempo. Nesta segunda volta é apenas exigível uma maioria simples.

Recorde-se que o PP foi o partido mais votado nas eleições de 23 de julho e o Rei de Espanha, Felipe VI, indicou Feijóo como candidato a primeiro-ministro, mas a sua investidura tem de ser votada pelo Parlamento.

Feijóo conta com o apoio de 172 deputados, do PP, do Vox e de dois partidos regionais de Navarra e das Canárias, mas são precisos 176 votos para obter maioria absoluta.

Assim, na melhor das hipóteses, o líder do PP precisa da abstenção de outros partidos, todos eles de esquerda ou nacionalistas e independentistas da Catalunha, Galiza e País Basco, para ser eleito primeiro-ministro.