Apesar de o primeiro dia do festival NOS Alive ter sido marcado por algumas atuações desenxabidas, valeu o concerto dos cabeças de cartaz, Red Hot Chili Peppers, para entusiasmar a noite e justificar o preço do bilhete para a maré de gente que esteve presente no certamente.
Munidos de inúmeros hits, como Can’t Stop, que abriu o concerto, Dani California, Suck My Kiss ou Soul To Squeeze, a banda de Anthony Kiedis, Flea, John Frusciante e Chad Smith quando estava a jogar em territórios mais familiares, nomeadamente, a tocar as faixas mais significantes da sua discografia (incluindo, para além das supracitadas, Under the Bridge ou Give It Away) parecem uma banda imparável e que continua no topo de forma como quando eram uma das bandas mais apelativas dos 1990.
Contudo, quando o conjunto se aventurava pelas faixas mais recentes da sua discografia – apresentaram quatro faixas do disco Unlimited Love, um dos dois discos lançados no ano passado – ou quando experimentavam em sessões de improviso, existia uma falta de entusiasmo por parte do público que afetava a energia do concerto.
Apesar de não ter sido um concerto perfeito, a banda de Califórnia conseguiu conquistar os inúmeros fieis que envergavam as t-shirts compradas em lojas como a Pull and Bear com o seu energético concerto, algo que não se pode dizer da banda que marcou presença antes no Palco NOS Stage, os Black Keys.
Apesar de terem focado a maior parte do concerto nas faixas mais famosas da sua discografia, desde Gold on the Ceiling, Lonely Boy ou Everlasting Love, o blues rock da banda de Akron, Ohio, nunca passou da velocidade “de cruzeiro” não conseguindo conquistar o público do Passeio Marítimo de Algés, também fruto do baixo volume do seu concerto.
Não foi um dia fácil para as bandas presentes no maior palco do NOS Alive, até os Puscifer, banda de Maynard James Keenan, líder de bandas de culto como Tool ou A Perfect Circle, apesar da grande produção do seu concerto, que contou com pessoas disfarçadas de alienígenas que tentavam inserir uma sonda nas suas partes intimas, serviu para animar os membros da audiência que observavam o concerto com alguma indiferença ou confusão – mesmo que fosse possível observar algumas t-shirt dos diversos projetos de Maynard na audiência.
Entre os concertos do primeiro dia, aquele que melhor conseguiu combater a apatia do público aconteceu no Palco Heineken, com Ibibio Sound Machine, banda londrina liderada pela cantora nigeriana Eno Williams, que conseguiu meter as poucas pessoas que estavam neste espaço (muitas ou estavam a ver Black Keys ou a guardar lugar para Red Hot Chili Peppers) a dançar os ritmos das suas energéticas músicas, que roçavam influências afro-funk e do afrobeat.
Antes destes concertos, quando o sol ainda brilhava alto, estiveram presentes no festival promissoras artistas da música portuguesa, como Ana Lua Caiano, Femme Falafel ou Marta Lima.
O final deste primeiro dia foi ainda marcado pela greve da CP que obrigou muitos festivaleiros a refazerem os seus planos para regressarem para casa uma vez que se viram impossibilitados de utilizar os comboios da estação de Algés, mesmo ao lado do recinto, e a complicar o seu regresso para casa.
O NOS Alive continua esta sexta-feira com artistas como Arctic Monkeys, Lil Nas X ou Lizzo.