A chuva forte em Lisboa marcou estes últimos dias, e claro com críticas da oposição a Carlos Moedas.
Chegámos mesmo ao ridículo de, em menos de uma semana, termos o PS em Lisboa a reclamar que a presença de Moedas junto das pessoas perturbava as operações e a organização da resposta, para depois reclamar que a sua presença no posto de comando mostrava o seu afastamento dos lisboetas.
Por isso, como diz Carlos Moedas, o melhor mesmo é contar sempre a verdade (algo na política com o qual o PS lida mal).
Em primeiro lugar cumpre esclarecer como a proteção civil mobiliza os meios de prevenção para situações de perigo climatérico para as Comunidades.
Tudo começa com os avisos do IPMA: amarelo, laranja e vermelho.
Ora, o mecanismo de prevenção para eventuais fenómenos extremos é ativado mediante o grau desse mesmo aviso. Anual e regularmente, Lisboa lida com avisos amarelos e laranjas que requerem a emissão dos alertas às populações (pessoas e associações) e às entidades de serviço público (serviços municipais, juntas de freguesia, bombeiros voluntários).
Cabe depois a cada organização ativar o seu planeamento e também efetuar o levantamento de insuficiências a serem reportadas à Proteção Civil.
Foi isto que aconteceu.
E esteve bem na resposta a Proteção Civil da cidade, sobretudo tendo em conta o desinteresse a que o PS remeteu a organização da cidade.
A título de exemplo podemos referir o abandono do PS à sala de operação na Alexandre Herculano. Uma sala com acesso a todas as câmaras da cidade, reunindo Bombeiros, PSP, PM, EMEL, CARRIS, serviços municipais, etc.
Uma enorme estrutura de operações que potenciaria a comunicação imediata entre entidades, abandonada há mais de 3 anos, sem computadores a funcionar, com televisões sem cabos e, sobretudo, sem as pessoas capazes de operar a sala, desmobilizadas para outros serviços, com respetivo know-how quase perdido.
Veio o PS reclamar da falta de reunião de preparação com as Juntas de Freguesia, usando como exemplo o alerta vermelho da tempestade Elsa (dezembro 2019).
Aqui reside a mentira. A tempestade Elsa teve quase uma semana de aviso vermelho previsto. Com aviso vermelho atempado é que se promovem estas reuniões.
Desta feita sempre que o IPMA lançou o aviso vermelho, eu e as equipas da Estrela já estávamos nos pontos críticos, com água pelos joelhos.
Nesta altura ser chamado para uma reunião na Câmara, era só ridículo.
E o PS que nem puxe pelo exemplo da tempestade Elsa, porque é a maior prova da sua incompetência. A verdade sobre a impreparação da cidade para fenómenos extremos, veio mesmo com a tempestade Elsa e a sorte que os lisboetas tiveram perante a iminência da desgraça.
Recordo que, apesar de tanta reunião de preparação, a uma hora da tempestade fazer o “landfall” em Lisboa, as ruas estavam cheias de gente em animadas compras de Natal, e a Câmara não tinha conseguido que as pessoas ficassem em casa. Imaginem um tornado a atravessar a baixa com gente nas compras e percebem o quão perto estivemos da desgraça.
Não fosse a tempestade, à última hora, fazer uma curva inesperada em direção à zona centro do País (menos habitada), Lisboa tinha recebido toda a força dos seus ventos ciclónicos.
Não existiam meios de chegar o sentimento de alerta às populações, nem sequer capacidade para colocar a PM e a Proteção Civil nos pontos críticos de concentração de pessoas, algo que teriam feito com enorme facilidade se usassem a tal sala, já que essa indica, em tempo quase real, a localização dos maiores aglomerados de pessoas.
E desde então, o PS nada fez.
Por isso, o PS em Lisboa que se deixe de má política, assente na sua própria incapacidade de ter estas situações resolvidas e deixe a condução da cidade com Carlos Moedas que fará aquilo que eles não fizeram.
Presidente da concelhia do PSD/Lisboa e presidente da Junta de Freguesia da Estrela