Ponto prévio. Não gosto que me digam o que posso ou não posso fazer e sigo essa máxima para os outros. Cada um que faça o que o faz feliz. Dito isto, não posso deixar de demonstrar a minha admiração pela quantidade de pessoas que só fala em PNL – Programação NeuroLinguística e Coaching. A qualquer lado que vá, no meio de conversas, lá vem a célebre PNL, que, dizem, prepara as pessoas para enfrentarem melhor os desafios da vida. Fico parvo com tanta parvoíce e como as pessoas caem na conversa de banha da cobra, pelo menos para mim. Calculo que Cristina Ferreira seja a guru de algumas dessas ‘seitas’, contando a sua história de superação e como encara as críticas e por aí fora. Também calculo que Cristina Ferreira não faça mal a ninguém e são muitos os que pagam para a ouvir – há dias a revista Sábado tinha uma reportagem em Gondomar verdadeiramente genial, onde a apresentadora e diretora de conteúdos de ficção da TVI foi dizer de sua justiça para uma plateia que ficou em êxtase com as suas palavras. Nada a opôr, pois as banalidades proferidas não fazem mesmo mal a ninguém e pode ser que alguns enfrentem melhor os seus desafios.
Mas o que tenho visto noutras latitudes é que os vendedores de banha da cobra chegam a dar conselhos económicos aos seus seguidores, acabando estes por ficarem sem o que investiram. Também ninguém os mandou serem parvos… Veja-se também a história de Conguito, um influencer, que levou jogadores e treinadores para o abismo.
Ainda há umas semanas estava num almoço e começou-se a falar do curso de PNL, confesso que então não sabia do que falavam e quando percebi comecei a rir-me – embora respeitando as pessoas que fizeram e fazem o curso. Quem me conhece sabe que é melhor mudar de assunto não vá eu gozar à grande com o tema, como me aconteceu em adolescente quando me levaram a uma sessão de espiritismo e o prato só vinha ter comigo – acabei expulso da sala. Se aos ‘coachings’ juntarmos os influencers, na maioria dos casos uns bimbos que se tornam modernaços por irem ao Lux – onde vou há muitos anos – percebemos como a massa crítica deste país é uma anedota. Entre coaching e influencers – pagos para dizerem bem do que falam – estamos entregues à bicharada. O que interessa o Orçamento do Estado, as incompatibilidades dos governantes, a subida do crédito à habitação, os problemas de saúde, etc.? Os coachings e os influencers resolvem tudo!