Um tribunal em Myanmar (antiga Birmânia) condenou a ex-líder Aung San Suu Kyi a uma pena de três anos de prisão por violar a lei de segredos do Estado, noticiou a agência de notícias Associated Press (AP).
O antigo conselheiro para a economia de Aung San Suu Kyi, Sean Turnell, recebeu a mesma sentença, assim como outros três membros do executivo da ex-líder civil e Prémio Nobel da Paz.
Turnell foi acusado, juntamente com Suu Kyi e os três ex-governantes, com base em documentos apreendidos, que se encontravam na posse do australiano.
A televisão estatal, controlada pelos militares responsáveis pelo golpe de Estado de 01 de fevereiro do ano passado, indicou que Turnell tinha acesso a "informações financeiras secretas do Estado" e tinha tentado fugir do país.
A lei de segredos de Estado, que data da era colonial, criminaliza a posse, recolha, gravação, publicação, ou partilha de informação estatal que seja "direta ou indiretamente, útil a um inimigo". Em caso de violação, a pena pode chegar aos 14 anos de prisão.
Todas as sessões do julgamento, realizadas numa sala de tribunal construída propositadamente na prisão principal da capital birmanesa, foram vedadas aos meios de comunicação social e ao público.
Os advogados de defesa foram impedidos de revelar os detalhes do processo.
As mesmas restrições foram aplicadas a todos os julgamentos de Suu Kyi.
Este caso é um entre vários enfrentados por Suu Kyi, em processos que são vistos como um esforço para a desacreditar e impedir o seu regresso à política.
A ex-governante já fora condenada a 20 anos de prisão por importar ilegalmente e possuir equipamento de comunicação ('walkie-talkies'), violar restrições pandémicas, sedição, fraude eleitoral e corrupção.
Suu Kyi ainda enfrenta sete processos ao abrigo da lei anticorrupção, sendo cada acusação punível com um máximo de 15 anos de prisão.