Obviamente que os demitia


António Costa e Pedro Nuno Santos revelaram a trapalhice que constituem, e um descaramento poucas vezes visto. Revelaram ser fortes com os fracos e fracos com os fortes.


Aproveito este espaço para uma breve dissertação sobre pessoas, com o único intuito de demonstrar a óbvia decadência, tantas vezes repetida, que a metodologia e processo de acesso ao poder, no nosso atual sistema político, atingiu.

Aproveito para escrever sobre o primeiro-ministro, António Costa, e o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos.

O despacho do ministro das Infraestruturas sobre a construção de um novo aeroporto deveria ter sido fonte de enorme satisfação e regozijo na sociedade portuguesa. Estaria finalmente resolvida uma questão de enorme importância para o desenvolvimento da economia portuguesa. A região de Lisboa e o país em geral esperaram várias décadas por esse anúncio. Estava finalmente resolvido o nó górdio relativo à obra da principal infraestrutura. Estranhamente, Pedro Nuno Santos revelava-se um profissional a resolver problemas em vez de um socialista tradicional que diz coisas da boca para fora apenas e só para parecer bem. Tínhamos finalmente encontrado, no espectro socialista quem, por via da competência e meritocracia, tinha condições, legítimas, para ambicionar ser primeiro-ministro. Teríamos…. Teríamos se o sistema fosse sério e meritocrático.

O resto da história, da história deste aeroporto, é em tudo igual às dezenas de outras histórias anteriormente anunciadas. São crónicas de mortes anunciadas.

Esta história tem, contudo, contornos que demonstram no epicentro da cúpula a podridão do sistema que tem por consequência a fraquíssima qualidade dos sucessivos governantes. 

Ao primeiro-ministro faltou a coragem de, obviamente, demitir o ministro das Infraestruturas. Num sistema sério e meritocrático não restava nenhuma outra alternativa. A manutenção do ministro é reveladora do receio do poder do ministro Pedro Nuno, dentro da máquina do PS. Este caso é em tudo idêntico a milhares de outros casos que tornaram os partidos políticos em centrais de emprego para os jobs for the boys. Esta é uma das melhores demonstrações do quanto este sistema atrasa o país. Os lugares são preenchidos, regra geral, por quem no partido está devidamente alinhado e que, através dos dinheiros públicos, é recompensado. Pedro Nuno Santos não tem nem mérito, nem currículo, nem competência para desempenhar qualquer cargo de responsabilidade, como aliás tem vindo a demonstrar. Mas nem depois da maior trapalhada socialista dos últimos tempos, foi convidado a sair. Este é o modelo que temos e o modelo que temos atrasa o país.

Ao ministro faltou a coragem.

Em face da revogação do despacho, que com tanto empenho, competência e mérito tinha assinado, e que acima de tudo vinha resolver um dos graves entraves infraestruturais ao desenvolvimento económico, em face do vexame a que o primeiro-ministro o submeteu só tinha duas saídas. Demitia-se e pedia também a demissão do primeiro-ministro que de uma forma inconsciente apenas contribui para o atraso do desenvolvimento do aeroporto. Aí, sim, teria o respeito de quem advoga posições sérias, profissionais e meritocráticas.

António Costa e Pedro Nuno Santos revelaram a trapalhice que constituem, e um descaramento poucas vezes visto. Revelaram ser fortes com os fracos e fracos com os fortes.

Obviamente que os demitia.

 

Professor de Gestão no ISCTE e CEO do Taguspark

Subscritor do “Manifesto:
Por Uma Democracia de Qualidade”

Obviamente que os demitia


António Costa e Pedro Nuno Santos revelaram a trapalhice que constituem, e um descaramento poucas vezes visto. Revelaram ser fortes com os fracos e fracos com os fortes.


Aproveito este espaço para uma breve dissertação sobre pessoas, com o único intuito de demonstrar a óbvia decadência, tantas vezes repetida, que a metodologia e processo de acesso ao poder, no nosso atual sistema político, atingiu.

Aproveito para escrever sobre o primeiro-ministro, António Costa, e o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos.

O despacho do ministro das Infraestruturas sobre a construção de um novo aeroporto deveria ter sido fonte de enorme satisfação e regozijo na sociedade portuguesa. Estaria finalmente resolvida uma questão de enorme importância para o desenvolvimento da economia portuguesa. A região de Lisboa e o país em geral esperaram várias décadas por esse anúncio. Estava finalmente resolvido o nó górdio relativo à obra da principal infraestrutura. Estranhamente, Pedro Nuno Santos revelava-se um profissional a resolver problemas em vez de um socialista tradicional que diz coisas da boca para fora apenas e só para parecer bem. Tínhamos finalmente encontrado, no espectro socialista quem, por via da competência e meritocracia, tinha condições, legítimas, para ambicionar ser primeiro-ministro. Teríamos…. Teríamos se o sistema fosse sério e meritocrático.

O resto da história, da história deste aeroporto, é em tudo igual às dezenas de outras histórias anteriormente anunciadas. São crónicas de mortes anunciadas.

Esta história tem, contudo, contornos que demonstram no epicentro da cúpula a podridão do sistema que tem por consequência a fraquíssima qualidade dos sucessivos governantes. 

Ao primeiro-ministro faltou a coragem de, obviamente, demitir o ministro das Infraestruturas. Num sistema sério e meritocrático não restava nenhuma outra alternativa. A manutenção do ministro é reveladora do receio do poder do ministro Pedro Nuno, dentro da máquina do PS. Este caso é em tudo idêntico a milhares de outros casos que tornaram os partidos políticos em centrais de emprego para os jobs for the boys. Esta é uma das melhores demonstrações do quanto este sistema atrasa o país. Os lugares são preenchidos, regra geral, por quem no partido está devidamente alinhado e que, através dos dinheiros públicos, é recompensado. Pedro Nuno Santos não tem nem mérito, nem currículo, nem competência para desempenhar qualquer cargo de responsabilidade, como aliás tem vindo a demonstrar. Mas nem depois da maior trapalhada socialista dos últimos tempos, foi convidado a sair. Este é o modelo que temos e o modelo que temos atrasa o país.

Ao ministro faltou a coragem.

Em face da revogação do despacho, que com tanto empenho, competência e mérito tinha assinado, e que acima de tudo vinha resolver um dos graves entraves infraestruturais ao desenvolvimento económico, em face do vexame a que o primeiro-ministro o submeteu só tinha duas saídas. Demitia-se e pedia também a demissão do primeiro-ministro que de uma forma inconsciente apenas contribui para o atraso do desenvolvimento do aeroporto. Aí, sim, teria o respeito de quem advoga posições sérias, profissionais e meritocráticas.

António Costa e Pedro Nuno Santos revelaram a trapalhice que constituem, e um descaramento poucas vezes visto. Revelaram ser fortes com os fracos e fracos com os fortes.

Obviamente que os demitia.

 

Professor de Gestão no ISCTE e CEO do Taguspark

Subscritor do “Manifesto:
Por Uma Democracia de Qualidade”