“Não vou explorar os óbitos, o sofrimento de bebés, de mães, de famílias, dos profissionais de saúde”, diz Marta Temido

“Não vou explorar os óbitos, o sofrimento de bebés, de mães, de famílias, dos profissionais de saúde”, diz Marta Temido


Segundo a governante, que tem estado em conversações com os hospitais, sindicatos e Ordem dos Médicos, o Sistema Nacional de Saúde (SNS) tem “problemas estruturais” para os quais “há uma resposta e há uma visão estratégica”, que consta na Lei de Bases da Saúde aprovada no Parlamento.


A ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou que vai “averiguar com seriedade e total transparência” as falhas que estão a colocar os hospitais em situação de rutura, nomeadamente nas urgências de obstetrícia e ginecologia em vários pontos do país.

"Vamos naturalmente averiguar com seriedade e total transparência aquilo que falhou", disse, esta sexta-feira no hemiciclo, Marta Temido no debate de urgência marcado pelos líderes parlamentares e pedido pelo Chega.

Ao ser confrontada pelos vários partidos sobre a morte de um bebé no hospital de Caldas da Rainha na sexta-feira passada e sobre o fecho de vários serviços de urgência nos vários pontos do país, Marta Temido afirmou que não vai "explorar os óbitos, o sofrimento de bebés, de mães, de famílias, dos profissionais de saúde que se confrontam com situações limite". 

Segundo a governante, que tem estado em conversações com os hospitais, sindicatos e Ordem dos Médicos, o Sistema Nacional de Saúde (SNS) tem “problemas estruturais” para os quais “há uma resposta e há uma visão estratégica”, que consta na Lei de Bases da Saúde aprovada no Parlamento.

No entanto, Marta Temido justificou a “clara impossibilidade de execução” da nova Lei de Bases da Saúde e do novo estatuto do SNS nos últimos dois anos com a pandemia e com o chumbo do Orçamento do Estado, que causou a queda do Governo.

“Algumas fruto de circunstâncias a que todos somos alheios, outras fruto de circunstâncias que alguns provocaram”, vincou a ministra, ao notar também que o Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) previa "não só um conjunto de investimento e de reformas estruturais que visavam melhorar a rede de referenciação do Serviço Nacional de Saúde (SNS)".

Agora, para a tutela, é importante a "confiança numa comissão técnica para melhorar a articulação da resposta imediata" e o "pagamento adicional das horas suplementares realizadas em serviço de urgência".

"Quem nos deixou sozinhos neste caminho, fez as suas escolhas, nós continuamos no sítio onde sempre estivemos: a lutar pelo SNS", sublinhou Marta Temido, que acabou por não usar todo o tempo que dispunha para responder aos partidos. 

O tema das falhas nos hospitais deverá voltar ao hemiciclo na próxima quarta-feira, no Parlamento, já com a presença do primeiro-ministro, António Costa.

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