Bombeiros. Preço do combustível pode inviabilizar serviços de transporte de doentes

Bombeiros. Preço do combustível pode inviabilizar serviços de transporte de doentes


O Presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses afirmou que é preciso encontrar uma solução imediata para o “impacto negativo do preço dos combustíveis”


A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) avisou, esta quarta-feira, que poderá haver corporações que vão deixar de conseguir transportar doentes se não for encontrada uma solução para o aumento dos custos dos combustíveis.

"Se não se resolver, as associações humanitárias vão ter a tendência para não fazer a totalidade serviços, em alguns casos não podem abastecer ambulâncias ou veículos de transporte de doentes", assinalou o presidente da LBP, António Nunes, na audição que ocorreu hoje com a comissão parlamentar de Saúde.

À saída, António Nunes afirmou que é preciso encontrar uma solução imediata para o “impacto negativo do preço dos combustíveis” e “se isso não acontecer, naturalmente que o Ministério da Saúde vai ter um problema, não são os bombeiros”. “Os bombeiros (…) vão ficar para sempre, temos 600 anos de história", apontou.

O presidente do LBP não evidenciou apenas um problema. Na reunião que tem agendada para hoje com o Ministério da Saúde, António Nunes vai enquadrar o ministério nas medidas mais urgentes como a criação de um planeamento adequado para o transporte de doentes urgentes sempre que há encerramento de urgências hospitalares e o pagamento das dívidas em atraso.

"Quanto aos transportes de doentes não urgentes também temos de chegar a um consenso com o Ministério da Saúde no sentido do pagamento das dividas, que têm atrasos de sete meses e um ano e que não pode acontecer de maneira nenhuma, em particular no interior do pais, onde a coesão social é mais necessária", sublinhou, ao notar que os doentes não urgentes "muitas vezes são os mais debilitados, os mais fracos".

António Nunes espera chegar a consenso com o Ministério da Saúde, considerando que não é “bom para os portugueses, para os cidadãos, não é nada bom para os doentes e sinistrados que nós não conseguíssemos, em democracia, encontrar soluções".

“E o de doentes urgentes também tem de ser resolvido, com mais reuniões, mais diálogo, aprofundando medidas e injetando mais financiamento nos corpos de bombeiros. Não há solução alternativa (…). Os bombeiros são imprescindíveis e insubstituíveis (…). A alternativa é o caos e ninguém quer o caos", destacou o presidente do LBP.