Joias da coroa. O esplendor de Portugal

Joias da coroa. O esplendor de Portugal


Acaba de ser inaugurado na nova ala do Palácio da Ajuda o Museu do Tesouro Real. Esta caixa de joias com 18 mil diamantes lá dentro e a solidez de um bunker conta-nos uma história de acumulação e dissipação, de opulência e perdas catastróficas.


Olugar onde outrora assentava a Real Barraca, o rico palácio de madeira onde o Rei D. José se instalou depois do grande terramoto de 1755, é hoje um desengraçado parque de estacionamento. O único vestígio que resta dessa faustosa construção – de um conforto, requinte e dimensão pouco consentâneos com o seu nome – é a Torre do Galo, que servia de campanário à capela real. D. José jurara nunca mais dormir numa construção de pedra e cal – e de facto morreu na luxuosa barraca. Mas quando, em novembro de 1794, o descuido de um criado deu origem a um incêndio devastador, as desvantagens da construção em madeira ficaram à vista de todos, e começaram a fazer-se planos para erguer um palácio de pedra.

As obras tiveram início no ano seguinte, 1795, mas não escaparam a um percurso igualmente acidentado. Logo interrompidas por falta de recursos, seriam retomadas em 1802, já sob um novo plano, mais simples, e com dois novos arquitetos ao comando.

Também esse projeto seria atrapalhado por vicissitudes várias, e de forma mais decisiva pelas invasões napoleónicas em 1807. Mesmo depois da expulsão dos franceses as obras continuariam a um ritmo lento, não estando ainda concluídas quando D. João VI regressou a Portugal em 1821. Na realidade, só em 2021, duzentos anos mais tarde, e com o plano reduzido a um quarto do original, a empreitada chegaria a bom porto. Pelo meio, houve outro incêndio, na noite de 23 para 24 de setembro de 1974, a última daquele que ficou conhecido como o Verão Quente. O aspeto da ala oeste depois do sinistro era tão desolador que, nos jantares protocolares que ali eram oferecidos, havia quem gracejasse que o palácio tinha sido objeto de bombardeamento na Segunda Guerra Mundial…

Com a inauguração, na passada quarta-feira (a abertura ao público foi no dia seguinte), do Museu do Tesouro Real, esse parece um assunto arrumado e o palácio entrou definitivamente num novo, mais luminoso, capítulo da sua existência.

O trauma de Haia

«Demorou 226 anos a fazer, fizemos com tempo», comentou Vítor Costa, presidente da Entidade Regional de Turismo de Lisboa. O caderno de encargos, explicou, totalizou 31 milhões de euros, a maioria dos quais provenientes de taxas cobradas ao turistas (2 euros por noite), complementados pelo Turismo de Lisboa (9 milhões) e por cerca de 4,4 milhões do valor do seguro das joias roubadas numa exposição em Haia em 2002.

«O museu tem uma estrutura funcional muito simples, ou aparentemente simples», notou João Carlos Santos, o arquiteto. «Havia uma dupla dificuldade: o primeiro desafio era concluir o próprio palácio, o segundo desafio foi a instalação do museu do Tesouro Real». O novo edifício e o velho não se tocam.

Casa arrombada, trancas à porta. Com o trauma do roubo na Holanda, que levou ao desaparecimento do preciosíssimo diamante do castão da bengala de D. José, a segurança foi uma prioridade absoluta. «A opção, depois de visitarmos outros exemplos que há na Europa e no mundo, foi construirmos uma caixa-forte onde temos a exposição permanente. Tem uma grande dimensão, 40 metros de comprido por dez metros de largura e dez metros de altura», explicou o arquiteto. As duas portas blindadas dessa caixa-forte pesam cinco toneladas cada e as paredes em betão reforçado têm cerca de dois metros de espessura. Outro aspeto vital é o controlo das entradas. Nenhum visitante entra no museu sem ser contabilizado – e o número total de entradas e saídas tem de bater certo. Além disso, à entrada há uma máquina de raio-X e detetor de metais, como num aeroporto, o que pode provocar alguma demora. Adquire outro sentido a frase de Saramago inscrita na parede à entrada, a pensar nas obras que se arrastaram por 226 anos: «Não tenhamos pressa mas não percamos tempo».

Vejamos pois o que nos reserva o interior da caixa-forte. «Acho que vão ficar surpreendentemente agradados com o que vão ver», diz João Carlos Santos em tom convidativo.

Pepitas reais

O percurso inicia-se com um corredor onde se estende uma cronologia indicativa dos momentos mais marcantes da coleção agora exposta. Esta é uma história de acumulação e dissipação, concentração e dispersão, enriquecimento e perda, que atravessa séculos e continentes. E é precisamente para o outro lado do Atlântico que nos remete o primeiro núcleo, dedicado ao ouro e aos diamantes do Brasil. Só quase no final do século XVII, quase dois séculos depois da chegada de Pedro Álvares Cabral às terras de Vera Cruz, foram descobertas as jazidas de Minas Gerais que tanta prosperidade trouxeram ao reino. No interior das vitrinas vemos reluzentes pepitas em estado bruto, tal como foram encontradas há mais de 300 anos. Em seguida surgem os diamantes com que os garimpeiros se depararam ao perscrutar o solo daquela região em busca do metal precioso. «Temos aqui a caixa dos diamantes que eram usados sempre que necessário pagar dívida pública», refere o diretor do Palácio Nacional da Ajuda, José Alberto Ribeiro, que conduz a visita. «Foram usados muitos no reinado de D. Pedro V, por exemplo. Temos em grande destaque aquela pequenina pedra, que é um diamante de 34 quilates, o segundo maior da coleção». O maior foi o roubado em Haia há 20 anos – tinha 135 quilates. «Aquela pedra grande foi conhecida durante muito tempo como o ‘diamante Bragança’», continua o anfitrião. «Na realidade não é um diamante, é uma água-marinha». Era usado como uma espécie de garantia bancária, para mostrar que os monarcas portugueses tinham capacidade para honrar os seus compromissos.

José Alberto Ribeiro mostra agora «uma peça com uma história curiosa». Trata-se de uma caixa com as armas de Portugal e de Itália trazida por D. Maria Pia de Saboia quando casou com D. Luís. «Vinha cheia de moedas de ouro mas logo que chegou as moedas foram derretidas». É o que se chama ‘chapa ganha, chapa gasta’.

Não foi esse o destino das moedas que se apresentam na secção seguinte. «Faziam parte desta ideia de ir amoedando moedas raras ou moedas que vinham com as princesas que vinham casar com os monarcas portuguesas», refere o diretor do monumento. «Em cima, aquela grande é a moeda do Filipe IV de Espanha, com as suas armas e o escudo português em cima». Comparada com as restantes, é um verdadeiro Golias.

O ‘senhor dos diamantes’

Os amantes das insígnias e ordens honoríficas encontrarão no núcleo seguinte muitos motivos de interesse, como as extintas Ordem do Reino do Hawai e Ordem da Águia Imperial do México, ou a raríssima Ordem do Crisântemo, do Japão.

Porém, o maior destaque vai para uma insígnia da Ordem do Tosão de Ouro. «Eu diria que deve ser a insígnia mais rica e mais deslumbrante portuguesa, e também a nível internacional», diz José Alberto Ribeiro. «O Rei D. João VI, que era conhecido como ‘o senhor dos diamantes’, ao receber determinadas condecorações, como esta, passa-as a pedrarias, a diamantes, a safiras. Nesta casa-forte estão 22 mil pedras, 18 mil são diamantes». Teresa Maranhas, conservadora de joalharia do palácio, acrescenta: «A Ordem do Tosão de Ouro foi criada por ocasião do casamento entre Filipe, o Bom, da Borgonha e Isabel de Portugal, filha de D. João I. Das inúmeras condecorações da Ordem do Tosão de Ouro que D. João VI tinha, esta era a mais rica. Internacionalmente também é a maior em dimensão e mais rica que se conhece. Foi feita através do desmancho de uma antiga condecoração do Tosão de Ouro e de uma placa das três ordens militares», nota.

«Durante o tempo da monarquia esta peça era considerada uma das mais valiosas da coleção», remata o diretor. Não é por acaso que as vitrinas são à prova de bala.

«Algumas descobertas foram surgindo com a investigação», prossegue Ribeiro. «Esta tiara, como podem reparar, não tem diamantes, é só prata. Apareceu toda desmanchada nas reservas do palácio e foi um nosso colaborador da área de ourivesaria, João Júlio Teixeira, e a dr.ª Teresa Maranhas que começaram a fazer o puzzle. Descobriu-se que esta foi a tiara que D. Pedro V ofereceu, por ocasião do seu casamento, a D. Estefânia. Segundo os jornais da época, quando saiu da Igreja de S. Domingos, D. Estefânia vinha a sangrar da testa, e o povo terá dito: ‘Coitadinha, já vem amortalhada’. De facto morreu pouco depois». A vida do objeto seguiria no entanto o seu curso, com o Rei D. Luís a enviar a tiara para Itália antes do seu casamento. «D. Maria Pia queixa-se de que a peça é muito desconfortável, e manda fazer uma coisa que à luz de hoje pode parecer estranho mas que era perfeitamente normal: desmanchar a peça, e já mais próximo do final do século XIX retirou os diamantes todos». D. Maria Pia ficou conhecida tanto pela generosidade como pela veia gastadora. Era uma visitante assídua das instituições bancárias, onde deixava as suas joias e em troca contraía avultados empréstimos. Em 1912, para pagar as suas dívidas, a República fez um leilão das suas joias pessoais.

As esmeraldas da Colômbia

Outro dos highlights da coleção é a laça das esmeraldas. «Porquê esmeraldas numa coleção onde quase não vemos esmeraldas? Por uma razão. Maria Bárbara de Bragança, filha de D. João V, casa com Fernando VI de Espanha, que tinha muitas esmeraldas da Colômbia», explica José Alberto Ribeiro. Haveria de ser uma filha de D. Maria I a herdar a joia, que assim entrou na Casa Real portuguesa. Os especialistas chamam à tonalidade intensa destas pedras ‘gota de azeite’.

O anfitrião chama a atenção para «outra peça top da coleção», uma caixa de tabaco encomendada por D. José. «Todos os especialistas internacionais nesta área que é a peça mais rica de diamantes e mais ornamentada deste joalheiro de Luís XV, que era o Pierre-André Jacquemin«, garante Teresa Maranha. Quando recentemente responsáveis do Louvre solicitaram o empréstimo da preciosa tabatière, a resposta foi não.

Uma coroa que não cabe na cabeça de ninguém

Discretamente colocado num recanto, repousa o que poderia ser um estranho meteorito. «Se acharam aquelas pepitas interessantes, vejam este torrão de ouro. É o maior que temos na coleção, tem 22 quilos e é uma pedra em bruto que felizmente nunca foi usada para qualquer tipo de objetos», explica o diretor. Este objeto natural encontra-se um pouco fora do seu meio, próximo de símbolos reais, como o manto do D. João VI, ceptros e coroas. «Se reparar, aquela coroa não cabe na cabeça de ninguém», explica José Alberto Ribeiro. «Os reis não eram macrocéfalos, é uma coroa de representação. Os reis portugueses desde 1640 não usam coroa na cabeça, dedicaram a coroa a Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, a coroa é sempre posta em cima de uma almofada».

É tempo de seguir caminho. Por intermédio de uma longa rampa acede-se ao piso intermédio, onde uma vitrina exibe a prata de aparato de uso civil, usada na aclamação, nos batismos reais, nas cerimónias das quintas-feiras santas e dos lava-pés. «Aqui temos algumas das pratas mais antigas da coleção, como estas manuelinas, com motivos africanos. Vejam os elefantes», aponta o responsável.

Também o núcleo de ofertas diplomáticas tem pequenas histórias para contar. É o caso de uma pesadíssima capa oferecida pelo Papa Pio VI ao primogénito do futuro D. João VI, D. António Pio. «Havia outros panos, almofadas, bordado a fio de ouro, fazia parte de um conjunto maior que se perdeu», esclarece Santana, conservadora de tecidos. «Supostamente era oferecido quando o bebé nascia. Mas, com todo o processo, um conjunto destes demorava cinco anos. O Infante D. António Pio recebeu e morreu passado um ano».

Uma sinfonia em quatro pratos

Voltamos a subir e, no terceiro piso da caixa-forte, encontramos outro dos pontos altos da coleção: uma mesa posta para 24 convivas, cortesia do ourives François-Thomas Germain. Curiosamente, foi encomendada pelo Rei D. José em Paris num dos momentos mais dramáticos da nossa história, um ano depois do terramoto de 1 de novembro de 1755, que devastou Lisboa e deixou a Europa em choque. «Chegámos ao núcleo da mesa e da baixela Germain, a tal baixela que foi encomendada em 1756 pelo Rei D. José ao maior ourives de Paris», anuncia o diretor do monumento. Dois anos depois, o Duque de Aveiro, no auge do seu poder e influência, imitou o Rei encomendando também uma baixela à mesma casa parisiense. O brilho ofuscante da Casa de Aveiro duraria pouco. Acusado de conspirar para assassinar o Rei, D. José de Mascarenhas da Silva e Lancastre foi condenado ao cadafalso e brutalmente executado, a 13 de janeiro de 1759, e os seus bens, entre os quais a baixela, confiscados. As terrinas, especieiros e chocolateiras de prata com as suas armas podem ser hoje apreciadas no Museu de Arte Antiga, onde em 1934 participaram numa exposição – e de onde já não sairiam.

«Temos a colaborar no catálogo alguns especialistas de artes decorativas francesas, para eles é sempre um fascínio ver a baixela Germain. Porquê? Porque os franceses derreteram quase tudo o que tinham de prata rococó durante as revoluções e os vários períodos de guerra por que passaram. Os nossos colegas do Louvre e de outros museus, quando souberam que íamos fazer a primeira coberta para 24 pessoas, disseram: ‘Que bom, os alunos franceses de artes decorativas obrigatoriamente terão de ir a Lisboa ver o que está no Tesouro Real e no Museu de Arte Antiga’».

Como uma sinfonia em quatro andamentos, a refeição real repartia-se por quatro ‘cobertas’: primeiro os cozidos, depois os assados, em seguida os entremezes e por fim os doces.

«A questão da mesa tem um grande ritual nesta altura, a mesa é posta à maneira francesa. A mesa ia mudando, a última coberta era a dos doces, que nós não temos. Apesar de a Coroa ter pago bastante não se chegou a realizar», nota.

Outra peça que não se encontra em exposição – ainda, pois estará em curso a encomenda de uma réplica – é o centro de mesa. «D. Pedro IV, quando morre, deixa várias peças, pessoais e da Coroa, a todos os filhos. E é uma filha que casa depois com um príncipe francês, um Orléans, que recebe o centro de mesa. Esse centro de mesa acabaria por ser comprado pelo Louvre», refere José Alberto Ribeiro. Mas há na mesma muito para saborear, das olhas para os guisados aos saleiros e pimenteiros. «Os saleiros são estes meninos gordinhos, supostamente índios do Brasil, com umas penas na cabeça», refere o diretor.

O tesouro em bolandas

Chegámos ao 11.º e último núcleo, dedicado à viagem, onde se destacam as caixas que protegeram e transportaram todos estes tesouros. Patrick Wilken descreveu um desses momentos em que os objetos que vemos na Ajuda estavam em trânsito.

 «O tesouro real – metade da moeda cunhada em circulação – e uma enorme quantidade de diamantes brasileiros tiveram prioridade. Incontáveis caixas de arquivos governamentais, contendo registos que remontavam a séculos atrás, haviam sido carregadas nos porões. Uma impressora nova acabada de chegar de Londres e ainda na embalagem original também embarcara», relata em O Império à Deriva (ed. Texto). «Parafernália religiosa, cabeleiras e mobiliário chegavam de Mafra em caravana. Depois de esperarem em longas filas à entrada do porto, as carruagens chegavam às docas, onde já começavam a amontoar-se pilhas de objetos menores: arcas com bens pessoais, alimentos, fardos de linho».

«Aqui temos algumas das caixas – há mais – que viajaram com estas peças, foram para o Brasil, vieram do Brasil, vieram de Inglaterra», mostra José Alberto Ribeiro. «Esta caixa trouxe a coroa de Portugal. Sempre que a coroa era usada numa cerimónia, depois era colocada cá dentro novamente e a caixa era lacrada. Aqui temos o estojo do D. Pedro como Pedro I do Brasil, que tem lacre, mata-borrão. Lá dentro ainda encontramos algumas notas de D. Pedro».

Não é um exagero retórico dizer que o Tesouro Real andou em bolandas. O diretor do palácio dá mais exemplos: «Quando está a perder a guerra civil, D. Miguel leva o Tesouro Real em 40 carros de bois pelo Alentejo até ao forte de Elvas. O D. Pedro manda caixas com peças de prata para o Banco de Inglaterra. É toda esta história que esperamos contar aqui».

‘O desconhecimento deste tesouro acabou por salvá-lo’

Entre catástrofes, convulsões políticas e viagens, houve naturalmente muitos objetos que se perderam pelo caminho. «É provável que a coroa antiga tenha ardido no Paço da Ribeira», refere o responsável. «Já aqui no incêndio da Real Barraca há descrição no rescaldo, uns dias depois, dos milhares de diamantes, dos ceptros retorcidos…».

E continua: «Só tapeçarias, o príncipe D. João, futuro D. João VI, levou 200 para o Brasil. Tudo isso desaparece. Na Guerra Civil, o D. Miguel vai-se embora e deixa uma série de peças no Banco de Portugal – e a irmã, Ana de Jesus Maria, também. Salazar não queria deixar que as peças fossem vendidas, mas os herdeiros puseram uma ação judicial e o tribunal deu-lhes razão. Novamente na Primeira República venderam-se as joias privadas de D. Maria Pia, e a Nevada Hayes, viúva de D. Afonso [irmão do Rei D. Carlos e último vice-rei da Índia Portuguesa], vem ao palácio e leva quatro carros carregados daquilo que ela considerou de melhor».

O diretor espanta-se, pois, que ainda assim tantos objetos preciosos tenham sobrevivido. Os visitantes que entrem no Museu do Tesouro Real com a ideia de que Portugal é um país pequeno e pobre certamente sairão com outra perspetiva. Ou, no mínimo, baralhados.

 «O desconhecimento de muito deste tesouro acabou por salvá-lo. Mas termos este tesouro fabuloso guardado em caixas de banco durante décadas era indigno para todos os portugueses», conclui.

Como escreveu José Saramago n’A Viagem do Elefante: «Sempre chegamos ao sítio onde nos esperam». Agora que finalmente se conseguiu reunir e expor a coleção do Tesouro Real, o desejo dos responsáveis é que daqui em diante o conjunto permaneça intocado. Os empréstimos estão fora de questão e o edifício dispõe até do seu próprio laboratório de conservação e restauro, para as peças serem intervencionadas sem terem de sair. O museu é uma verdadeira caixa de joias, sim, mas com vidros à prova de bala, portas de cinco toneladas e paredes de dois metros de espessura que o tornam tão inexpugnável como um bunker.