João Neto. “Estamos a bater recordes  de idas a museus mas sobretudo com turistas”

João Neto. “Estamos a bater recordes de idas a museus mas sobretudo com turistas”


Como aproximar os portugueses dos museus? João Neto, historiador da Saúde, presidente da APOM e rosto do Museu da Farmácia, defende uma comunicação mais empática.  


É algo que se nota neste regresso à normalidade?
Já se notava. Antes da pandemia estávamos a bater recordes de visitas, entre 2017 e 2019 foi sempre a crescer, depois parou e agora sentimos de novo que vamos bater um novo recorde de visitantes.

Mas em dez pessoas que entram hoje num museu, quantas são estrangeiras?
Dando o exemplo do Museu de Farmácia, 90% são estrangeiros.

Estamos no coração de Lisboa, uma zona muito turística. Em Paris, Londres, também é assim? São os turistas que têm tempo para ir aos museus?
Também será assim, mas ao mesmo tempo há outra sensibilidade para o património. Em Portugal não é que as pessoas não gostem de ir, se calhar precisam de ser mais atraídas para entrarem num museu e isso tem a ver com as estratégias de comunicação. As nossas visitas temáticas da Agatha Christie aqui no Museu da Farmácia têm sido um enorme sucesso porque faz as pessoas questionarem-se: mas o que é que a Agatha Christie tem a ver com a farmácia? E aí fazemos a ligação entre obras como o Crime na Mesopotâmia ou o Crime no Expresso do Oriente com peças da história da saúde. Começámos em 2020 a fazer esta visita por causa dos 100 anos de Poirot e fomos mantendo porque sentimos que eram atrativas, que as pessoas procuram essa interpelação. Portanto julgo que tem de haver um esforço de comunicação dirigido aos portugueses e para isso precisamos de uma estratégia nacional que tem de envolver todos os intervenientes, do Ministério da Cultura às associações profissionais na área dos museus, da conservação e do próprio Turismo, para que as pessoas sintam que vão ganhar alguma coisa em vir.

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