Amêijoas do Tejo e a justiça à portuguesa


Será assim tão difícil perceber como funciona melhor a justiça noutros países? Não se poderá copiar os melhores, com as devidas adaptações a Portugal?


A justiça portuguesa vai de mal a pior e não se percebe a razão de ninguém pôr fim ao forrobodó. Alguns magistrados, como Manuel Soares, presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses, já explicaram que o rumo que se está a seguir é o do abismo, mas continua tudo na mesma. Além das questões de fundo – de uma justiça mais eficiente, rápida e transparente – não se entende como há juízes que tomam decisões contrárias ao interesse nacional.

Não quero alinhar nessa guerra Ivo Rosa/Carlos Alexandre, mas não deixa de ser insólito que o primeiro tenha assumido que alguns dos crimes do universo BES poderão prescrever por falta de tempo (seu) para o caso. Diz, e com razão, que tem direito a férias, mas a justiça não pode estar dependente das férias de este ou de outro juiz. Será assim tão difícil perceber como funciona melhor a justiça noutros países? Não se poderá copiar os melhores, com as devidas adaptações a Portugal?

Um dos grandes dramas do investimento estrangeiro diz precisamente respeito à falta de confiança na justiça, fazendo com que muitas empresas fujam de um país onde a lei não é universal, mas sim a verdade deste ou daquele juiz. Que raio de sina a nossa, mas também não é de admirar, quando vimos metade da classe política ir ao beija-mão do cardeal Richelieu português – uma das personagens mais misteriosas cá do burgo.

Infelizmente, a justiça portuguesa, em muitos dos casos, faz lembrar a situação dos apanhadores de bivalves no Tejo. Todos sabem que é ilegal, mas diariamente centenas ou mesmo milhares de homens, muitos deles ilegais e nas mãos da máfia estrangeira instalada em Portugal, andam a apanhar as amêijoas que depois vão de camião para Espanha, voltando a Portugal uns dias depois, em muito pior estado, mas já devidamente certificadas. A justiça é parecida com esse flagelo, na medida em que todos sabem o que está mal, mas é melhor olhar para o lado e fingir que está tudo bem. Até quando?

Amêijoas do Tejo e a justiça à portuguesa


Será assim tão difícil perceber como funciona melhor a justiça noutros países? Não se poderá copiar os melhores, com as devidas adaptações a Portugal?


A justiça portuguesa vai de mal a pior e não se percebe a razão de ninguém pôr fim ao forrobodó. Alguns magistrados, como Manuel Soares, presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses, já explicaram que o rumo que se está a seguir é o do abismo, mas continua tudo na mesma. Além das questões de fundo – de uma justiça mais eficiente, rápida e transparente – não se entende como há juízes que tomam decisões contrárias ao interesse nacional.

Não quero alinhar nessa guerra Ivo Rosa/Carlos Alexandre, mas não deixa de ser insólito que o primeiro tenha assumido que alguns dos crimes do universo BES poderão prescrever por falta de tempo (seu) para o caso. Diz, e com razão, que tem direito a férias, mas a justiça não pode estar dependente das férias de este ou de outro juiz. Será assim tão difícil perceber como funciona melhor a justiça noutros países? Não se poderá copiar os melhores, com as devidas adaptações a Portugal?

Um dos grandes dramas do investimento estrangeiro diz precisamente respeito à falta de confiança na justiça, fazendo com que muitas empresas fujam de um país onde a lei não é universal, mas sim a verdade deste ou daquele juiz. Que raio de sina a nossa, mas também não é de admirar, quando vimos metade da classe política ir ao beija-mão do cardeal Richelieu português – uma das personagens mais misteriosas cá do burgo.

Infelizmente, a justiça portuguesa, em muitos dos casos, faz lembrar a situação dos apanhadores de bivalves no Tejo. Todos sabem que é ilegal, mas diariamente centenas ou mesmo milhares de homens, muitos deles ilegais e nas mãos da máfia estrangeira instalada em Portugal, andam a apanhar as amêijoas que depois vão de camião para Espanha, voltando a Portugal uns dias depois, em muito pior estado, mas já devidamente certificadas. A justiça é parecida com esse flagelo, na medida em que todos sabem o que está mal, mas é melhor olhar para o lado e fingir que está tudo bem. Até quando?