Se é certo que, à hora de fecho desta edição, Sporting e Benfica lutavam por três importantíssimos pontos no Estádio José Alvalade, a realidade é que o FC Porto está muito perto de se sagrar campeão nacional nesta temporada da Primeira Liga portuguesa. Antes do derby lisboeta, e depois de bater o Portimonense por 7-0 em casa, os ‘dragões’ seguiam com seis pontos de vantagem sobre o Sporting, campeão em título e segundo classificado. Foi um hat-trick de Mehdi Taremi, mais um bis de Evanilson e golos individuais de Grujic e do veterano Pepe os que completaram a goleada frente aos algarvios, e que enviaram uma mensagem clara: os azuis-e-brancos estão com todo o gás na reta final do campeonato. As contas só se fecham, no entanto, quando a matemática assim o decide, e, uma vez que à hora a que se fechava esta edição, não se sabia ainda qual seria o resultado final do derby lisboeta (e mesmo que o Sporting perdesse, isso não significaria o triunfo garantido dos portistas), está tudo ainda em aberto. Menos para o Benfica, esse sim que já estava matematicamente impedido de se sagrar campeão nesta temporada, mesmo antes de enfrentar o Sporting em Alvalade.
O FC Porto segue, no entanto – e isso é um facto – numa onda de resultados muito acima da média. Já em Guimarães, após bater o Vitória SC na jornada anterior, os azuis-e-brancos alcançaram um novo recorde de invencibilidade no campeonato: 57 jogos consecutivos sem perder. E, depois da goleada frente ao Portimonense, elevando esse número para 58, novo recorde: o FC Porto igualou o máximo atingido pela Europa dos grandes, detido pelo AC Milan. Assim, o técnico Sérgio Conceição fez como Fabio Capello, que entre 1991 e 1993 orientou os rossoneri ao longo da série em questão.
40 anos de Pinto da Costa O momento dourado do FC Porto não poderia ter chegado em melhor altura, e talvez não seja coincidência: ontem, celebraram-se 40 anos desde a primeira eleição de Jorge Nuno Pinto da Costa para presidente do Futebol Clube do Porto, tomando posse pouco tempo depois e mantendo-se no cargo até à atualidade, depois de ter sido reeleito em junho de 2020, com 68,65% dos votos.
Corria o ano de 1982 quando um jovem Jorge Nuno Pinto da Costa, na altura com apenas 44 anos de idade, solidificava o seu já vasto poder no Futebol Clube do Porto após vencer as eleições para presidente do mesmo com 95% dos votos. Sócio desde 1954, Pinto da Costa começou a exercer funções como dirigente no então estádio das Antas a partir de 1962, passando pelo hóquei em patins e boxe, assumindo também responsabilidade nas modalidades amadoras. Ao longo dos anos, foi subindo até chegar à direção do futebol, modalidade principal do clube, e do país, onde deu o tiro de partida para aqueles que seriam 40 anos de presidência: trazer para as Antas José Maria Pedroto. Dirigente e técnico funcionaram em harmonia, principalmente a partir de 1976, quando os ‘dragões’ começaram a quebrar uma forte hegemonia até então protagonizada pelo Benfica (conquistaram o título em 1978, após 19 anos de ‘secura’). A dupla serviu Pinto da Costa e Pedroto, e no início dos anos 80, quando o então dirigente esteve perto de ser afastado da direção do futebol, Pedroto não gostou do futuro que se avizinhava, e ameaçou demitir-se. Nessa mesma época, o plantel arrancou com um boicote aos treinos, em apoio a Pinto da Costa e, finalmente, em 1982, o portuense seria eleito para o cargo que mantém até à atualidade, somando mais de 1300 títulos nas diferentes modalidades desde então. Aliás, da totalidade de títulos alguma vez conquistados pelo FCP, cerca de 82% deles foram alcançados sob a presidência de Pinto da Costa. No futebol, contam-se, nesta era, 22 títulos de campeão nacional, 13 Taças de Portugal 21 Supertaças, para além de sete títulos internacionais (e mais oito internacionais no hóquei em patins).