Ainda mal refeitos da noite eleitoral de 30 de janeiro, os comunistas tiveram uma nova prova de fogo e espalharam-se, como seria inevitável, a todo o comprimento. Colocaram-se ao lado de Putin – embora Jerónimo de Sousa o tenha depois acusado de ter feito um atentado à memória da União Soviética! – e com isso revelaram a sua verdadeira essência: sonham com um país totalitário, onde o Estado é quem mais ordena.
Mas os comunistas ao defenderem o ditador russo acabam por estar ao lado da extrema-direita francesa, de Bolsonaro ou de Nicolás Maduro. Convenhamos que é uma associação um pouco inesperada.
Ninguém pode dizer com propriedade o que vai sair deste conflito, mas um mundo melhor não será certamente. Não é por acaso que os países do Leste estão preocupados com estes avanços do novo czar russo e temem pelo seu futuro, ao ponto de o Presidente checo, até aqui próximo do Kremlin, dizer que Putin “é louco e precisa de ser internado”.
As sanções económicas anunciadas podem ser muito bem intencionadas, mas nada disso deverá travar as intenções de Putin, que tem um grande aliado na China – com quem poderá reforçar as trocas comerciais. Também a China se deverá estar a rir com toda esta impotência do Ocidente, e já deverá estar a equacionar o avanço sobre Taiwan. Afinal, esta ilha também não faz parte da NATO, é apenas um aliado, à semelhança da Ucrânia, e a China já o disse por milhares de vezes que é parte inalienável do seu território. Irão os chineses fazer o mesmo que os russos?
A união sino-russa é tal que o Governo de Xi Jinping deu ordens para que os media só dessem notícias favoráveis a Putin. Depois de uma pandemia que nos roubou dois anos de vida, só este lunático para nos vir agravar ainda mais as nossas vidas. O conflito está a milhares de quilómetros, mas os seus efeitos estão bem próximos de todos nós. O custo de vida vai-se agravar e esperemos que o louco do Putin não mande atacar as centrais nucleares ucranianas. Se isso acontecer, então é que nunca mais nos livraremos das máscaras.