Unicórnios portugueses já valem mais de 36 mil milhões de euros

Unicórnios portugueses já valem mais de 36 mil milhões de euros


As sete startups portuguesas avaliadas em mais de mil milhões de dólares já empregam mais de 11 mil pessoas. Contudo, apenas 50% destas trabalham em Portugal.


O clube dos unicórnios com sangue nacional já vale mais de 41,5 mil milhões de dólares (mais de 36 mil milhões de euros). Este valor foi alcançado após a Anchorage Digital, o banco digital de criptomoedas com fundadores nacionais, ter sido anunciada como o sétimo unicórnio português, com uma avaliação de 3 mil milhões de dólares (cerca de 2,7 mil milhões de euros).

Depois de em fevereiro ter angariado 80 milhões de dólares, a fintech conseguiu angariar 430 milhões de dólares numa nova ronda de investimento, menos de um mês depois de a Sword Health ter fechado uma ronda de investimento série D de 189 milhões de dólares, o que lhe permitiu atingir o estatuto unicórnio, com uma avaliação de dois mil milhões de dólares.

Só este ano, quatro startups portuguesas alcançaram este patamar. Em julho, também a Remote chegou a uma avaliação de mais de mil milhões de dólares (842,9 milhões de euros), depois de a tecnológica cofundada por Marcelo Lebre ter fechado uma ronda 150 milhões de dólares (126,4 milhões de euros). Foi a quinta a atingir o estatuto de unicórnio, depois de em março a Feedzai, fundada por Nuno Sebastião, ter angariado numa ronda Série D 200 milhões e ter ganho este estatuto, juntando-se à Farfetch, Outsystems e Talkdesk.

No total, os unicórnios nacionais já valem mais de 41,5 mil milhões de dólares — com a Farfetch a liderar, com uma avaliação na ordem dos 14,5 mil milhões de dólares, seguida da Talkdesk (com uma avaliação de 10 mil milhões de dólares), da Outsystems (9,5 mil milhões de dólares), Anchorage Digital (3 mil milhões de dólares), Sword Health (mais de 2 mil milhões de dólares), Feedzai (1,5 mil milhões de dólares) e Remote (mil milhões de dólares).

Na passada sexta-feira, num painel durante o evento Beyond Web Summit, Nuno Sebastião, CEO da Feedzai, referiu que estas sete empresas empregam cerca de 11.300 pessoas, todas altamente qualificadas, e alertou para o facto de Portugal deixar de encaixar anualmente cerca de 55 milhões de euros em IRC, uma vez que apenas “50% destas pessoas trabalham em Portugal”.

“São 5.650 postos de trabalho. Se considerarmos que cada uma destas pessoas recebe um salário médio base de 75 mil euros por ano, esse valor reflete-se em 230 milhões em impostos por ano. É bom, devia ser reinvestido na educação de novos engenheiros”, defendeu.

Também Diogo Mónica, cofundador da Anchorage Digital, partilha da mesma opinião: “Mais unicórnios em Portugal significa mais apostas na tecnologia e na modernização, uma economia mais rica e, mais importante, mais oportunidades para os seus cidadãos”, justifica, em declarações ao i.

Sobre o rápido aparecimento de cada vez mais unicórnios no panorama nacional, Virgílio Bento, diretor executivo da SWORD Health, considera ainda que este é um passo “muito positivo porque demonstra que é possível criar empresas globais, escaláveis, a partir de Portugal e com talento português”.

{relacionados}