Incidentes entre a polícia e metalúrgicos em greve há sete dias e por tempo indeterminado voltaram a ocorrer hoje de manhã nos principais centros metalúrgicos da província de Cádis (sul de Espanha).
Os desacatos começaram ainda de madrugada com barricadas, fogueiras, arremesso de pedras, bloqueios de estradas e concentrações de trabalhadores que levaram a vários confrontos com a polícia.
Piquetes de greve voltaram a bloquear o trânsito na estrada que liga La Línea de La Concepción e San Roque, onde se encontram as sedes de várias grandes indústrias no Campo de Gibraltar.
Uma grande mobilização policial tentou garantir o acesso de todos os trabalhadores aos seus postos de trabalho, tendo os metalúrgicos em greve, que estavam nos piquetes, destruído vários contentores de lixo e entrado em conflito com a polícia, de acordo com as imagens nas televisões espanholas.
Os piquetes de greve também cortaram os acessos ao terminal de contentores no porto de Algeciras, o que provocou engarrafamentos na ponte de acesso.
Às 08:35 (menos uma hora em Portugal), um trabalhador portuário que se deslocava numa mota morreu depois de ter colidido com um camião de contentores que estava parado num engarrafamento.
A Federação de Empregadores de Metal de Cádis (Femca) e os sindicatos do setor regressam à mesa de negociações esta tarde para tentar chegar a um acordo que ponha fim à greve.
Este novo encontro realiza-se no sétimo dia da greve dos 29.000 trabalhadores do setor metalúrgico em Cádis.
Sindicatos e patronato acusam-se mutuamente de intransigência num conflito em que os trabalhadores recusam renunciar a que os seus salários, a partir de janeiro de 2021, sejam revistos de acordo com a inflação anual, para não perderem poder de compra.
Por seu lado, os empregadores, que quando a greve começou propuseram um aumento salarial fixo de 0,5% em 2021 e 1% em 2022 e 2023, ofereceram mais tarde 1,5% este ano e 1,75% nos próximos dois anos.