O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, rejeitou esta terça-feira que as suas declarações antes da votação o Orçamento do Estado (OE) para 2022 tenham “precipitado” uma crise política, defendendo que se trataram de “uma antecipação”.
Em causa está o facto de o chefe de Estado ter anunciado, ainda antes da votação, que avançaria para a dissolução do Parlamento, caso a proposta do Executivo não fosse aprovada. “Prefiro ser criticado por ter feito isso, a ser criticado por omissão”, sublinhou, em declarações aos jornalistas, em Lisboa.
“E é o que se espera de um responsável político. Antecipei que podia haver problemas na votação, por isso é que intervim. Antecipei que os problemas estavam a subir, e por isso é que fui intervindo mais vezes. Antecipei que podia haver, embora não fosse claro, uma decisão negativa da Assembleia da República e, por isso, falei nas alternativas”, acrescentou.
"Encontro-me sem dramas e de cabeça fria a tentar encontrar uma solução que seja boa para os portugueses”, rematou.
Questionado sobre a data de umas possíveis novas eleições legislativas e sobre as eleições internas de direita, Marcelo admite que os partidos estão “a fazer o seu papel e a puxar a brasa à sua sardinha”, mas que isso não o condicionará.
“Vou ter em conta apenas a data mais razoável no quadro que se levantaria para o momento de realização de eleições”, acrescentou. “Cumpre-me tomar a melhor solução para o esclarecimento dos portugueses e para a tomada de decisão em termos eleitorais.”