Eles gostam que façamos muito lixo


Pergunto-me se esses políticos que passam a vida a encher a boca com a ‘transição verde’, as ‘alterações climáticas’ e outros chavões da moda alguma vez pensaram em fazer alguma coisa para travar esta vertigem absurda e perversa.


Experimentou mandar arranjar uma televisão nos últimos tempos? Um computador? Uma máquina de lavar?
Uma pessoa amiga levou há dias uma televisão que se tinha estragado para averiguar o custo do arranjo. Não me surpreendeu quando me disse que o orçamento do arranjo era equivalente ao preço de uma nova.

Ora, só por motivos sentimentais ou por masoquismo (e não era o caso) poderia hesitar entre consertar a televisão antiga, que até podia voltar a dar problemas dali a pouco tempo, e ficar com uma nova a brilhar, com um design moderno, tecnologia de ponta… e garantia de dois ou três anos.

Aconteceu-me o mesmo com um computador portátil praticamente novo. Aparentemente o problema era simples, mas o técnico amigo a quem o mostrei aconselhou-me a comprar outro: ‘Deve ser o botão de ligar que está estragado. Mas também pode acontecer substituíres o botão e não ficar bom. De qualquer maneira, esse computador já começa a ficar desatualizado’, disse-me com a maior das naturalidades.

A resposta é quase sempre a mesma: ‘Arranjar? Não vale a pena’. Mas continua a fazer-me uma confusão dos diabos que uma pequena peça custe tanto como um equipamento todo novo. E nem falo dos custos ambientais associados. O que seria se de cada vez que se avaria uma peça no carro o largássemos na berma e fôssemos comprar outro?

Uma coisa parece certa: fala-se muito de ambiente, de qualidade do ar, de alterações climáticas, de ecologia. Mas tudo parece feito para que produzamos o máximo de lixo possível.

Poderia dar outro exemplo: há dias, num restaurante de uma cadeia de comida rápida, entregaram-me uma palhinha de papel que se colava à boca. Mas com o menu infantil continuavam a oferecer brinquedos inúteis que devem representar toneladas e toneladas de plástico.

O consumo é sinónimo de negócio e não é difícil perceber que há muita gente interessada em vender o máximo de televisões, o máximo de computadores, o máximo de brinquedos, em suma, interessada em que façamos o máximo de lixo. Pergunto-me se esses políticos que passam a vida a encher a boca com a ‘transição verde’, as ‘alterações climáticas’ e outros chavões da moda alguma vez pensaram em fazer alguma coisa para travar esta vertigem absurda e perversa.

Eles gostam que façamos muito lixo


Pergunto-me se esses políticos que passam a vida a encher a boca com a ‘transição verde’, as ‘alterações climáticas’ e outros chavões da moda alguma vez pensaram em fazer alguma coisa para travar esta vertigem absurda e perversa.


Experimentou mandar arranjar uma televisão nos últimos tempos? Um computador? Uma máquina de lavar?
Uma pessoa amiga levou há dias uma televisão que se tinha estragado para averiguar o custo do arranjo. Não me surpreendeu quando me disse que o orçamento do arranjo era equivalente ao preço de uma nova.

Ora, só por motivos sentimentais ou por masoquismo (e não era o caso) poderia hesitar entre consertar a televisão antiga, que até podia voltar a dar problemas dali a pouco tempo, e ficar com uma nova a brilhar, com um design moderno, tecnologia de ponta… e garantia de dois ou três anos.

Aconteceu-me o mesmo com um computador portátil praticamente novo. Aparentemente o problema era simples, mas o técnico amigo a quem o mostrei aconselhou-me a comprar outro: ‘Deve ser o botão de ligar que está estragado. Mas também pode acontecer substituíres o botão e não ficar bom. De qualquer maneira, esse computador já começa a ficar desatualizado’, disse-me com a maior das naturalidades.

A resposta é quase sempre a mesma: ‘Arranjar? Não vale a pena’. Mas continua a fazer-me uma confusão dos diabos que uma pequena peça custe tanto como um equipamento todo novo. E nem falo dos custos ambientais associados. O que seria se de cada vez que se avaria uma peça no carro o largássemos na berma e fôssemos comprar outro?

Uma coisa parece certa: fala-se muito de ambiente, de qualidade do ar, de alterações climáticas, de ecologia. Mas tudo parece feito para que produzamos o máximo de lixo possível.

Poderia dar outro exemplo: há dias, num restaurante de uma cadeia de comida rápida, entregaram-me uma palhinha de papel que se colava à boca. Mas com o menu infantil continuavam a oferecer brinquedos inúteis que devem representar toneladas e toneladas de plástico.

O consumo é sinónimo de negócio e não é difícil perceber que há muita gente interessada em vender o máximo de televisões, o máximo de computadores, o máximo de brinquedos, em suma, interessada em que façamos o máximo de lixo. Pergunto-me se esses políticos que passam a vida a encher a boca com a ‘transição verde’, as ‘alterações climáticas’ e outros chavões da moda alguma vez pensaram em fazer alguma coisa para travar esta vertigem absurda e perversa.