“Apesar de todos os esforços que realizamos, não foi possível constituir uma lista de unidade que integrasse representantes de um grupo de quadros do Montepio e da ex-lista B que concorreu às eleições realizadas em 2018”. A garantia foi dada por Eugénio Rosa.
Tal como i já tinha avançado a ideia de constituir uma lista única para concorrer com a da atual direção liderada por Virgílio Lima já vinha sendo desenhada desde novembro, mas ficou tremida depois de o Bastonário da Ordem dos Economistas se ter mostrado indisponível para avançar.
Eugénio Rosa explica, no entanto, as razões para este fracasso: “Em relação aos quadros a razão por que isso não foi possível deve-se ao facto de pretenderem que a lista para o conselho de administração da Associação Mutualista, dos sete elementos que o constituem, 4 – presidente e 3 vogais – fossem designados por eles. Relativamente aos representantes da ex-lista B que concorreram às últimas eleições, a constituição de uma lista de unidade não foi foi possível porque, apesar de terem obtido apenas 20,1% dos votos nas eleições de 2018, e a listas que integramos 35,6%,queriam que a larga maioria dos lugares do conselho de administração e do conselho fiscal fossem designados por eles”.
Uma situação que, de acordo com o economista, iria criar um desequilíbrio se as propostas fossem aceites. E face a esse cenário garante que vai iniciar “a constituição de uma lista que continua a ser da unidade – incluindo várias correntes de opinião – que defenda os verdadeiros valores do mutualismo, que vise a recuperação do Montepio e a defesa
dos interesses e dos direitos dos associados e dos trabalhadores do Montepio (que são também associados), que vivem neste momento de novo sob a ameaça potencial de centenas de despedimentos”.
E vai mais longe: “Apelamos a todos os associados, e em particular aos trabalhadores, para que apoiem esta lista de unidade que se propõe defender os valores do mutualismo, erradicar práticas imorais e contrárias à ética mutualista, defender os direitos dos associados, dos trabalhadores do Montepio, e recuperar a Associação Mutualista Montepio para a segurança, credibilidade e prática de valores mutualistas que teve antes da administração de Tomás Correia. É necessário substituir a administração de Tomás Correia, embora sem ele, que continua na Associação Mutualista, se queremos que o Montepio recupere a confiança dos associados e garanta as suas poupanças”.
Ainda esta semana o i revelou um estudo do economista a apontar o dedo a gastos excessivos de administradores do Banco Montepio, fazendo uma comparação com a atual administração da Caixa Geral de Depósitos. “As remunerações fixas recebidas pelos administradores da Caixa rondam os 218 mil euros mensais, totalizando mais de três milhões no final do ano. Um valor que, segundo o economista, a muito se assemelha ao que é praticado no banco liderado por Pedro Leitão. “Em 2019, Banco Montepio gastou com o conselho de administração 3,8 milhões, sendo 3,1 milhões com remunerações e outros benefícios”, mas no ano passado, “os gastos com conselho de administração do Banco Montepio atingiram 4,7 milhões, mais 25,7% do que em 2019 e os gastos com as remunerações 3,2 milhões”, afirmou.