Ausência do público “deixou de ser admissível”, aponta Vitória de Guimarães

Ausência do público “deixou de ser admissível”, aponta Vitória de Guimarães


O clube presidido por Miguel Pinto Lisboa disse que sentiu um “profundo embaraço perante uma organização tão incapaz” de manter a ordem dos adeptos nas ruas, resultando numa “quebra de confiança entre os cidadãos e as instituições”.


O Vitória de Guimarães afirmou, esta segunda-feira, que “deixou de ser admissível” a ausência de público nos eventos desportivos após a final da Liga dos Campeões, realizada no passado sábado, no Estádio do Dragão, Porto.

"A partir do momento em que um dos mais importantes recintos desportivos nacionais regista, com inegável sucesso, uma taxa de ocupação tão relevante, deixou de ser admissível a ausência de público de qualquer espetáculo ou evento desportivo realizado em Portugal", apontou o clube num comunicado divulgado no site oficial dos vitorianos.

Segundo o emblema minhoto, as “imagens” exibidas “ao longo dos últimos dias”, nas quais mostraram os adeptos dos dois clubes ingleses nas ruas do Porto a desrespeitar as regras sanitárias anti-covid-19, são "insultuosas para os portugueses em geral e para os adeptos do futebol e do desporto em particular", após "mais de um ano" de "sacrifício coletivo".

O clube presidido por Miguel Pinto Lisboa disse que sentiu um “profundo embaraço perante uma organização tão incapaz” de manter a ordem dos adeptos nas ruas, resultando numa “quebra de confiança entre os cidadãos e as instituições”.

Por isso, o Vitória de Guimarães afirmou querer ser esclarecido em relação ao regresso dos adeptos portugueses aos estádios, ao confirmar que pediu à Liga Portuguesa de Futebol Profissional, à Federação Portuguesa de Futebol e à Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto informações sobre as "percentagens de ocupação" para a época de 2021/2022, tanto nos "estádios de futebol e demais eventos ao ar livre", como "nos pavilhões e outros recintos".

Em comunicado, os vimaranenses também dizem que querem saber mais sobre "as condições de acesso e de permanência nos recintos", as “obrigações” que devem ser cumpridas pelos clubes organizadores, as "operações" que poderão realizar-se nos dias de jogo, seja bares, no interior do recinto, ou áreas de ‘fan zone’, no exterior, e ainda a "percentagem de ocupação prevista" para os camarotes dos estádios, para garantir "compromissos comerciais já estabelecidos".

Para o emblema minhoto, as respostas às suas questões são “fundamentais” para planear a “sua campanha de lugares anuais” e "gerir as relações com sócios, parceiros, 'sponsors' e demais entidades", ao assinalar que "qualquer atraso" terá "um impacto muito negativo na gestão dos clubes e das sociedades desportivas".

Por fim, o clube de Guimarães ainda pediu um “amplo debate” sobre o cartão de adepto, que poderá servir para identificar adeptos que irão ver os jogos em zonas especiais a instalar nos vários estádios do país, criticando a "montanha de preconceitos" à volta da condição do adepto português.

"Não é entendível, depois dos sinais dos últimos dias, que a mensagem das instituições seja de portas fechadas em cima de portas fechadas, colocando sobre a condição do adepto português uma montanha de preconceitos e de proibições que contrasta com tudo aquilo a que assistimos no âmbito da final da 'Champions League'", rematou o Vitória de Guimarães no comunicado.