Nove detidos nos Camarões por suspeita de homossexualidade

Nove detidos nos Camarões por suspeita de homossexualidade


Nos Camarões são proibidas práticas homossexuais, com a lei a prever penas entre seis meses e cinco anos de prisão, assim como uma multa que pode chegar aos 200.000 francos CFA (300 euros) para pessoas que tenham relações sexuais com alguém do mesmo sexo.


Nove camaroneses suspeitos de homossexualidade foram presos na região ocidental dos Camarões, continuando dois sob custódia policial, noticia hoje a agência France-Presse (AFP), que cita fontes locais.

 

"Prendemo-los para verificar se são homossexuais", afirmou à AFP, sob anonimato, um 'gendarme' de Bafoussam, cidade onde as nove pessoas foram detidas.

"Libertámos sete pessoas. Ainda temos mais duas. Provavelmente irão amanhã [sexta-feira] ao Ministério Público sob acusação de homossexualidade. O primeiro admitiu que tinha relações com o segundo", acrescentou o responsável.

A ativista pelos direitos LGBTI (Lésbica, Gay, Bissexual, Trans e Intersexo) Alice Nkom, da Associação para a Defesa dos Direitos dos Homossexuais (Adefho), afirmou que sete das nove pessoas foram detidas na terça-feira na associação Colibri, cuja principal missão é o cuidado de pessoas infetadas com o vírus da imunodeficiência humana (VIH).

Segundo a ativista, os 'gendarmes' "decidiram revistar a sede da Colibri com o argumento de que se trata de uma associação homossexual, o que não é verdade".

Segundo o funcionário da Colibri Jean Jules Kamgue, estas sete pessoas foram hoje libertadas.

Nos Camarões são proibidas práticas homossexuais, com a lei a prever penas entre seis meses e cinco anos de prisão, assim como uma multa que pode chegar aos 200.000 francos CFA (300 euros) para pessoas que tenham relações sexuais com alguém do mesmo sexo.