Nove camaroneses suspeitos de homossexualidade foram presos na região ocidental dos Camarões, continuando dois sob custódia policial, noticia hoje a agência France-Presse (AFP), que cita fontes locais.
"Prendemo-los para verificar se são homossexuais", afirmou à AFP, sob anonimato, um 'gendarme' de Bafoussam, cidade onde as nove pessoas foram detidas.
"Libertámos sete pessoas. Ainda temos mais duas. Provavelmente irão amanhã [sexta-feira] ao Ministério Público sob acusação de homossexualidade. O primeiro admitiu que tinha relações com o segundo", acrescentou o responsável.
A ativista pelos direitos LGBTI (Lésbica, Gay, Bissexual, Trans e Intersexo) Alice Nkom, da Associação para a Defesa dos Direitos dos Homossexuais (Adefho), afirmou que sete das nove pessoas foram detidas na terça-feira na associação Colibri, cuja principal missão é o cuidado de pessoas infetadas com o vírus da imunodeficiência humana (VIH).
Segundo a ativista, os 'gendarmes' "decidiram revistar a sede da Colibri com o argumento de que se trata de uma associação homossexual, o que não é verdade".
Segundo o funcionário da Colibri Jean Jules Kamgue, estas sete pessoas foram hoje libertadas.
Nos Camarões são proibidas práticas homossexuais, com a lei a prever penas entre seis meses e cinco anos de prisão, assim como uma multa que pode chegar aos 200.000 francos CFA (300 euros) para pessoas que tenham relações sexuais com alguém do mesmo sexo.