Orçamento. Costa diz que Bloco se junta à direita


Primeiro-ministro anunciou reforço de 805 milhões de euros para o Serviço Nacional de Saúde e lembrou que capacidade orçamental do SNS é de 12 100 milhões de euros, quase tanto como a bazuca europeia prevista para os próximos seis anos. À esquerda deixou vários recados ao Bloco de Esquerda, sob o olhar atento da coordenadora…


O primeiro-ministro, António Costa, surgiu de máscara e gravatas vermelhas, no debate orçamental para 2021. Elegeu o combate à pandemia da covid-19, e lembrou que o "SNS disporá de quase tanto quanto a bazuca nos dará em cinco anos", ou seja, 12 100 milhões de euros.

"Após um crescimento faseado de 1400 M€ do Orçamento do SNS entre 2015 e 2019, depois de um aumento histórico de 850 M€ da dotação inicial de 2020, logo seguido de um reforço extraordinário de mais 400 M€ no Orçamento Suplementar aprovado em julho, propomos agora um novo aumento de mais de 805 M€ do orçamento do SNS para 2021, que assim disporá de um total de 12.100 M€", começou por recordar António Costa. 

Depois de recordar medidas negociadas com os parceiros de esquerda e o PAN ( enganou por duas vezes na há quem não desista de encontrar soluções para a crise que enfrentamos. sigla do partido), Costa fez um discurso mais político, recusando que este seja um orçamento de austeridade. Mais, o primeiro-ministro lembrou o caminho iniciado à esquerda há cinco anos e queixou -se de Bloco de Esquerda indiretamente, ao nomear todos os outros partidos e as deputadas não-inscritas".

Já no final do discurso, Costa colou o Bloco de Esquerda à direita por votar contra o Orçamento do Estado e não poderia ser mais claro na crítica que assinala o divórcio entre governo e o partido de Catarina Martins: "Em Democracia há sempre alternativas e a sua vitalidade reforça-se com a clareza da sua afirmação. Assim como coerentemente defendemos a continuidade do caminho que iniciámos em Novembro de 2015, é natural que a Direita também coerentemente defenda um caminho contrário. É claro que é possível defender que devemos ser mais ousados a avançar no caminho que este Orçamento traça, procurando superar limitações ou insuficiências. O que não é possível é pretender querer ir mais longe ou mais rápido por este caminho, juntando-se agora à Direita que marcha em sentido oposto", declarou Costa numa intervenção com 22 minutos e sete páginas escritas.