Os cidadãos europeus têm sido exemplares na sua luta contra a covid-19. Com coragem superaram uma ameaça sanitária aguda e pagaram um alto preço económico, social e psicológico do confinamento. Depois de meses stressantes, estavam ansiosos por férias agradáveis noutros países. Infelizmente, a falta de coordenação entre os Estados-membros interrompeu os dias de descanso. O Parlamento Europeu e a Comissão apontaram possíveis problemas, meses antes, mas os Estados-membros não agiram em conformidade.
Neste verão, testemunhámos, impotentes, o caos nas fronteiras internas da União Europeia: decisões unilaterais para controlar ou restringir fronteiras, com base em mapas diferentes e resultados de testes contestados de um país para outro.
Ontem turistas, amanhã trabalhadores (trabalhadores transfronteiriços e sazonais), estudantes, artistas… Essa desorganização não só terá repercussões na saúde, mas também consequências na vida económica, científica e cultural na Europa.
A liberdade de movimento no Espaço Schengen, à qual estamos profundamente ligados, não deve ser ameaçada todos os meses, todas as semanas, todos os dias, sem qualquer coordenação e, acima de tudo, sem qualquer justificação adequada. A crise provocada pela covid-19 não se deve tornar numa desculpa para qualquer tipo de egoísmo nacional.
Juntos somos mais fortes, não podemos esquecer. Vamos provar isso!
Este é um pedido de ação à Comissão e aos Estados-Membros.
Do nosso ponto de vista, a União Europeia deve adotar rapidamente uma metodologia comum para a recolha de dados de saúde e a qualificação do mapeamento de risco com códigos de cores comuns.
A União Europeia tem de convergir em estratégias comuns de triagem e harmonizar a monitorização epidemiológica.
A União Europeia necessita de estabelecer parâmetros de referência comuns para a tomada de decisões em matéria de saúde pública, a fim de facilitar decisões coordenadas sobre os controlos nas fronteiras e, se necessário, sobre as restrições aos movimentos entre certas regiões europeias.
Qualquer decisão deve basear-se na opinião de um Conselho Consultivo Científico Europeu.
O Parlamento Europeu não só retirará lições das disparidades na gestão desta crise aguda de saúde, mas também identificará medidas e ações a promover e implementar em todos os Estados-Membros.
Chegou a hora de a Comissão, os Estados-membros e o Parlamento apresentarem soluções concretas e reagirem de forma unida!