Pode dar-se as voltas que se quiser que o principal problema deste país é o da transparência. Infelizmente, há um partido/coligação, que se chama “Bloco Central dos Interesses Comuns”, que alimenta esta máquina de corrupção e de falta de transparência e que não tem oposição – dando espaço ao crescimento exponencial de forças como o Chega.
Quando comecei a escrever em jornais “apanhei” um editor que dizia para relatar os factos “como se fosse para militar entender”. Queria ele dizer que tudo tinha de ser claro, sem qualquer carga pejorativa para os militares. Tantos anos depois, é impossível escrever para militar entender. Veja-se o que se passa com os Kamov, os célebres helicópteros russos, que custaram milhões, e alguns deles estão inativos. Contas? Ninguém sabe muito bem onde foram gastos os milhões de euros. O mesmo se passa com outros meios aéreos e terrestres de combate aos incêndios, já que as contas não são transparentes. O Tribunal de Contas bem tenta dar alguma seriedade às compras e vendas, mas torna-se impossível fazer saber onde e quem ganha com os negócios.
Chega a ser pornográfico perceber que centenas de organismos que teriam como função servir o Estado – logo, o bem comum – apenas se preocupam em distribuir comissões nas compras de largos milhões. Qual a razão para o Estado – incluindo as câmaras – e os bancos não serem obrigados a detalhar todos os seus negócios ruinosos?
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