Incêndio no Gerês. “Teremos aqui trabalho para os próximos dias”

Incêndio no Gerês. “Teremos aqui trabalho para os próximos dias”


Incêndio do Gerês foi o que inspirou mais cuidados ontem. INEM rejeita atrasos no socorro de piloto e copiloto do avião que caiu.


Foi um fim de semana em situação de alerta com um novo acidente com um meio aéreo de combate a incêndios, que será investigado do outro lado da fronteira. Durante o dia de ontem as chamas no Parque Natural da Peneda-Gerês foram as que mais preocuparam as autoridades. O fogo que deflagrou em Lindoso, Ponte da Barca, junto à fronteira com Espanha, estava à hora de fecho desta edição a ser combatido por 150 operacionais, apoiados por 49 veículos e por dois meios aéreos – mas durante a tarde chegaram a estar nove aeronaves naquele teatro de operações.

Ao início da manhã chegavam já as primeiras informações a dar conta de que a situação não era simples e que o combate estava a ser dificultado por diversos fatores. “Teremos aqui trabalho para os próximos dias”, admitiu aos jornalistas Paulo Barreiro, 2.º comandante operacional distrital da Proteção Civil, adiantando que têm estado equipas no terreno 24 sobre 24 horas e que é preciso “ir avançando um passo de cada vez”.

Além de os acessos serem difíceis, “as regiões têm vários tipos de exposições aos ventos”, explicou o responsável, para justificar as dificuldades sentidas no combate. Na manhã de ontem o nevoeiro foi outro fator a juntar a todos estes. A área ardida ontem tinha já uma extensão considerável.

O Ministério da Administração Interna determinou este fim de semana a abertura de um inquérito ao incêndio, que lavra desde sábado. Já a queda do avião que o combatia, em Espanha, que provocou a morte do piloto, será investigada pelas autoridades espanholas.

O copiloto da aeronave “está estabilizado e fora de perigo”, segundo revelou à Lusa fonte do hospital de Braga. Recorde-se que o espanhol de 39 anos foi o único sobrevivente. O piloto, de 65 anos e nacionalidade portuguesa, não resistiu e acabou por morrer. Quando o helicóptero do INEM chegou ao local, uma hora após o alerta, a vítima mortal já estaria em paragem cardiorrespiratória.

O INEM reagiu ontem às notícias que davam conta de atrasos no socorro, publicando a cronologia do socorro e garantindo que as vítimas receberam assistência diferenciada tão rapidamente quanto possível, dado tratar-se de “um local de muito difícil acesso”.