Sindicato preocupado com regras para desconfinamento no setor da cultura

Sindicato preocupado com regras para desconfinamento no setor da cultura


“Algumas estruturas vão ter que adiar aberturas e ir pensando mais à frente como é que conseguem, ou não, fazer e decidir se de facto conseguem implementar as atividades ou não”, afirma o CENA-STE.


As regras para a reabertura de salas de espetáculo anunciadas pela ministra da Cultura nesta terça-feira estão a ser vistas pelo Sindicato dos Trabalhadores de Espectáculos, do Audiovisual e dos Músicos – CENA-STE com “muita preocupação”. "Embora o aumento da frequência da sala possa ser um bom sinal, o problema é tudo o resto”, afirmou o dirigente sindical Rui Galveias à agência Lusa.

A partir da próxima segunda-feira, salas de cinema, teatros e salas de espetáculo poderão reabrir com todas as filas ocupadas mas intervalos de um lugar entre os espectadores. E se para estes será obrigatório o uso de máscara, o mesmo não sucede com os corpos artísticos e técnicos, para os quais o uso da máscara é obrigatório apenas até à entrada e à saída de palco. O uso de máscara também não é obrigatório nos ensaios.

"A forma como os artistas e os trabalhadores não são considerados naquela regra preocupa-nos imenso, porque esta ideia mágica de que se entra no palco e a covid-19 desaparece não nos parece muito lógica, nem que faça grande sentido", afirma Rui Galveias.

O CENA-STE vê também com preocupação a questão do acesso aos testes, que exige “que seja gratuito, como noutras atividades económicas”, bem como do acesso a fundos proceder às alterações a que obrigam as novas regras, “que têm custos enormes de orçamentação que não estão previstos nem nas verbas dos elegíveis que tiveram apoios, nem nas verbas de outros nem nas verbas de outras estruturas que estão longe destes apoios".

Além da medição de temperatura de artistas e equipas técnicas à chegada aos edifícios e da desinfeção das salas, é também obrigatória a desinfeção de equipamentos técnicos, ferramentas e adereços antes de serem utilizados e nenhum objeto ou adereço utilizado durante ensaios ou espetáculos poderá ser partilhado. Procedimentos que, no entender de Rui Galveias, serão de difícil execução, sobretudo sem reforços dos orçamentos. 

“Algumas estruturas vão ter que adiar aberturas e ir pensando mais à frente como é que conseguem, ou não, fazer e decidir se de facto conseguem implementar as atividades ou não”, prevê o dirigente sindical.