Correia de Campos vai desistir da recandidatura para a presidência do Conselho Económico e Social (CES). “Não serei candidato. Não me apresentarei a uma nova eleição por razões puramente pessoais”, disse ao i o ex-ministro da Saúde.
A decisão surge depois de os deputados terem chumbado duas vezes o nome de Correia de Campos. O antigo ministro da Saúde teve, na última sexta-feira, apenas 110 votos favoráveis em 219 votantes e ficou distante dos dois terços necessários para ser reconduzido como presidente do CES. Menos votos do que em dezembro em que falhou a reeleição com 125 votos a favor.
Ao i, Correia de Campos diz que o Parlamento “é um órgão soberano” e, por isso, como presidente do CES não tem “a menor capacidade nem competência para comentar o que se passa na Assembleia da República”.
O ainda presidente do CES garante que está “satisfeito” com o trabalho desenvolvido durante este mandato. “Acho que cumpri com as obrigações. Cumpri com dignidade a confiança que o Parlamento depositou em mim”, afirma.
Além da satisfação com o trabalho desenvolvido, o antigo ministro da Saúde de António Guterres e de José Sócrates garante que “tudo correu normalmente” durante os últimos quatro anos. “Cumprimos rigorosamente com a lei, cumprimos com todos os pareceres, realizámos 10 ou 11 encontros, sobre os quais publicámos atas”, enumerou. Correia de Campos garantiu ainda que até a nível internacional correu tudo dentro da normalidade, não havendo “altos nem baixos a apontar”.
O Parlamento chumbou também, na sexta-feira, os nomes indicados pelo PS para o Tribunal Constitucional. Vitalino Canas e António Clemente Lima tiveram apenas 93 votos favoráveis, contra 96 votos brancos e 30 nulos, num total de 219 votantes. Vitalino Canas está a ponderar se volta a candidatar-se ou não. “Depende de várias circunstâncias. Não sou de desistir facilmente, mas não gosto de me impor”, afirmou à RTP o ex-deputado do PS.
CRÍTICAS A CANAS O nome de Vitalino Canas gerou polémica desde o início devido às ligações a José Sócrates e ao mundo empresarial. Manuel Alegre, Ana Gomes e Henrique Neto foram algumas das vozes que criticaram a escolha feita pelo PS. Mesmo entre os deputados socialistas existem discordâncias em relação ao ex-porta-voz do partido.
A lista de sete vogais para o Conselho Superior de Magistratura (CSM) foi chumbada por apenas um voto. A lista, elaborada em conjunto entre o PS e o PSD, foi chumbada com 139 votos a favor, 66 brancos e quatro nulos. Os candidatos são Vítor Manuel Faria, Licínio Lopes Martins, José Pinto Ribeiro, António Vieira Cura, António Barradas Leitão, Inês Ferreira Leite e André de Oliveira Miranda.
A líder parlamentar do PS, Ana Catarina Mendes, considerou, na sexta-feira, que “o chumbo destas três entidades significa que a Assembleia está a bloquear o normal funcionamento das instituições democráticas”. O PS ainda não decidiu se vai insistir nestes nomes. Com Luís Claro