Na Grande Lisboa as oficinas especializadas em modificar estes carros ficam sobretudo longe do centro – Amadora, Sintra e margem Sul do Tejo. Mas há sempre exceções. Ao i, um jovem que faz parte da comunidade explicou esta semana que nos últimos tempos, “a oficina que tem feito mais Saxos é uma para os lados de Torres Vedras”.
Mas com os preços astronómicos praticados há um fenómeno que, conta, está a crescer: os ‘mecânicos’: “Há cada vez mais mecânicos, veem aqui e ali. São mecânicos que inventam em casa, veem na net e fazem eles próprios as alterações nos carros”.
Ainda assim são muitos os que continuam a investir milhares nos seus carros, colocando-os nas oficinas de confiança. É quase impossível apurar ao certo quantos milhares movimentam, mas ao i vários street racers admitiram na investigação feita em 2014 que, cada vez que alteram o seu carro gastam entre 500 e 15 mil euros.
E poucos são os que passam mais de um mês sem lá ir. Quem esteve por dentro de uma destas oficinas confirmou ao i que serão negócios para movimentar mensalmente vários milhares de euros, que fogem ao circuito legal.
Em troca do dinheiro e do patrocínio nos vidros e por cima dos faróis, os corredores querem velocidade. Por norma, procuram aumentar a potência do veículo e diminuir-lhes o peso.
Especializações As garagens que se dedicam a modificar os carros de corrida estão divididas por marcas. Os street racers que falaram com o i explicaram que para cada tipo de carros existe uma oficina própria.
Aliás, há até diferenças entre oficinas que alteram, por exemplo, Seats a gasolina e as que têm como alvo os carros desta marca a gasóleo. Neste meio quando se fala em alterações, são referidos por norma o aumento de cavalos, programação de centralina e diminuição do peso dos veículos. Raramente o corredor se preocupa em reforçar as condições de segurança do carro, nomeadamente, no que respeita ao tempo e eficácia das travagens.
Grandes investimentos Um corredor que queira 400 cavalos no seu carro terá de se preparar para uma fatura que ficará acima de 30 mil euros. Um investimento muito grande, mas compensado com a possibilidade de ultrapassar os 300 km/h. É difícil apurar ao certo quanto dinheiro circula nestas pequenas oficinas ilegais. Mas já há seis anos alguns street racers revelavam ao i, que quem leva as corridas a sério gastava entre um “ordenado mínimo” e “vários milhares de euros” cada vez que punha o carro numa destas oficinas. E punham, quase todos, uma ou mais vezes por mês.
O negócio aumenta ainda se se tiver em conta que até os corredores que já trocaram o alcatrão das autoestradas pelo de autódromos e aeródromos – onde se fazem corridas legais (o chamado Drag Racing ), continuam a frequentar estas oficinas.
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