O Ministério Público (MP) constituiu sete arguidos, esta quarta-feira, suspeitos de crime de fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais no valor de "milhões de euros", pertencentes a sociedades anónimas desportivas, escritórios de advogados e cofres bancários do Norte, revela uma nota da Procuradoria-Geral Distrital (PGD) do Porto.
Recorde-se que, esta quarta-feira, cerca de 80 elementos da Polícia Judiciária e elementos da Autoridade Tributária realizaram buscas nas instalações da SAD do Boavista, no Porto, e em mais 12 locais, nos concelhos do Porto, Vila Nova de Gaia, Trofa, Famalicão, Guimarães, Fafe, Matosinhos e Aveiro.
"No inquérito não houve detenções, mas foram constituídos sete arguidos, dos quais uma pessoa coletiva e seis pessoas singulares", revala a PGD do Porto. Está em causa "a canalização para sociedade desportiva de quantias monetárias obtidas por sociedade comercial, tudo contornando o circuito tributário através de expedientes diversos". A Procuradia explica ainda que o inquérito encontra-se em segredo de justiça.
Segundo a mesma nota, a investigação deve-se à "não entrega da prestação tributária devida, e a sua subsequente ocultação através do desenvolvimento de atividade empresarial relacionada com a realização e gestão de eventos desportivos" e já "foi identificada uma vantagem patrimonial de milhões de euros".
O Boavista veio a público afirmar que as buscas de que o clube foi alvo se deve a "empresa ou empresas que têm ou tiveram" ligações comerciais com o clube.
"Muito embora nada tivesse a ver, diretamente, com a instituição Boavista, mas com empresa ou empresas que connosco têm ou tiveram acordos comerciais, toda a disponibilidade e colaboração foram dadas às autoridades envolvidas. Queremos deixar claro que nenhum dirigente ou quadro da instituição Boavista foi alvo de buscas domiciliárias por parte das autoridades", lê-se na página oficial do clube na rede social Facebook.
Recorde-se que o Jornal de Notícias avançou, esta tarde, que o presidente do Boavista, Vitor Murta, tinha sido constituído arguido.
O Grupo Desportivo da Gafanha (GDG), em Ílhavo, distrito de Aveiro também foi alvo de buscas esta tarde. Em declarações à Lusa, o presidente do GDG, Carlos Peleja, confirmou as buscas e afirmou que os agentes estão "a ver a contabilidade entre 2015 e 2017".
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