O Conselho dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) criou uma “comissão internacional independente” com o objetivo de investigar as violações dos direitos humanos na Venezuela desde 2014. A resolução refere que serão investigadas “execuções extrajudiciais, desaparecimentos forçados, prisões arbitrárias, torturas e outros tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes”. Os resultados serão apresentados, daqui a um ano, ao Conselho dos Direitos Humanos.
A resolução, proposta pelo Grupo Lima – composta por países da América Latina e Canadá – e apoiada pela União Europeia (UE) foi aprovada com 21 abstenções, 19 votos a favor e sete contra.
A ONU anunciou esta terça-feira a assinatura de um acordo com a Venezuela, cujo objetivo é o de aumentar a cooperação na matéria dos direitos humanos e, consequentemente, a abertura de um gabinete permanente no país.
O documento vai assim permitir a “presença permanente” de dois funcionários do Alto comissariado da ONU e o acesso de especialistas a centros de detnções e, nos próximos dois anos, promete não dificultar a visita a funcionários da ONU.
Michelle Bachelet, alta comissária da ONU, tem vindo a acusar as Forças Especiais de Ação (FEA), uma tropa de elite da Polícia nacional criada em 2017, de realizar execuções extrajudiciais. A alta comissária da organização já pediu também o desmantelamento destas forças, mas sem sucesso. A ONU vê assim os primeiros passos para um entendimento com Caracas serem dados.