1898. A Guerra dos Mundos Celebrizado pela adaptação radiofónica feita em 1938 por Orson Welles na estação CBS, que lançou o pânico entre os milhões que, tendo perdido a introdução inicial, acreditaram que uma verdadeira invasão de marcianos estava de facto em curso, A Guerra dos Mundos, de H. G. Wells, foi publicada nos século XIX ainda, em 1898. Anos depois do mal entendido, Orson Welles regressaria a essa história de uma invasão alienígena devastadora em território norte-americano, quando o adaptou ao cinema no incontornável filme homónimo de 1953.
1902. Viagem à Lua Já no final do século, no ano de 1996, o videoclipe de Tonight, Tonight, dos Smashing Pumpkins, continuava a inspirar-se na Viagem à Lua. O filme em que, nos primórdios do cinema, Georges Méliès fazia pela primeira vez aparecer no grande ecrã imagens de seres alienígenas, através de recursos de animação e de efeitos especiais. Foi também o primeiro filme de ficção científica, inspirado em Da Terra à Lua, de Julio Verne, e Os Primeiros Homens na Lua, de H. G. Wells. Até hoje, bem lembravam os Smashing Pumpkins, ficou a imagem de uma nave espacial a aterrar num olho da Lua.
1948. Haredevil Hare Ainda como Comandante X-2, foi em Haredevil Hare – filme de animação do Looney Tunes estreado em 1948 com direção de Chuck Jones – que apareceu pela primeira vez a personagem que viria a ser rebatizada como Marvin, o Marciano, que, a partir de Marte, engendrava o seu plano para destruir a Terra com um engenho explosivo – é na tentativa de o impedir que Bugs Bunny faz explodir a Lua, que assim ganha a forma de quarto crescente. Num crossover recente com a DC Comics, Marvin cruzou-se com o super-herói Martian Manhunter, que teve a sua primeira aparição em 1955.
1956. Invasion of the Body Snatchers Numa alegoria com o macarthismo, e adaptado da obra de The Body Snatchers (1954) de Jack Finney, o filme de Don Siegel conta a história de Miles Bennell (Kevin Mccarthy). Um médico que, de regresso à sua cidade, se depara com um ataque de histeria coletivo: vários dos seus pacientes estão convencidos de que os seus familiares foram substituídos por clones sem alma. Com o tempo, Bennell acabará por descobrir que a cidade foi infestada de esporos alienígenas, que substituíram os habitantes por clones submissos.
1963-66. My Favorite Martian Ray Walston era Uncle Martin (tio Martin), o marciano favorito dos americanos entre os anos de 1963 e 1966. Estreada na CBS em setembro de 1963, My Favourite Martian foi série de sitcom transmitida em três temporadas a partir da ideia de um antropólogo marciano de 150 anos de idade, mas de aspeto humano, que vem parar à Terra depois de um acidente com a nave espacial que pilotava. Aí encontrará Tim, um jovem jornalista do Los Angeles Sun, que o apresentará aos humanos como Uncle Martin, ajudando-o a esconder a sua identidade.
1971. Solaris Poderia ser o ano de 1961 a assinalá-lo. Não ao filme de Andrei Tarkovsky, o maior cineasta soviético depois de Sergei Eisenstein, mas ao romance de ficção científica publicado nesse ano por Stanislaw Lem, como reflexão filosófica sobre a espécie humana, a partir do seu fracasso na missão de compreender a inteligência extraterrestre. Dez anos depois da publicação de Solaris, Tarkovsky estreava o filme em que o adaptava. Um drama psicológico, passado em parte a bordo de uma estação espacial a orbitar o planeta Solaris.
1976. O homem que veio do espaço David Bowie. É ele o protagonista, como o homem que veio do espaço – ou que caiu na Terra, respeitando o título em inglês – neste filme adaptado por Nicolas Roeg do romance de Walter Tevis. David Bowie, e quem melhor do que ele, como o alien que aterra na América da década de 1970. E quem melhor do que ele, que anos antes havia já cantado, em Hunky Dory, Life on Mars, nestes anos em que a ficção não tinha ainda perdido o balanço que ganhara na década de 1950, em que o sci-fi e a obsessão com histórias de invasões se impuseram como forma de pensar a atualidade política?
1982. E.T. O filme em que Steven Spielberg libertou de uma vez os aliens do estigma de malfeitores para que os havia atirado a cultura pop durante as conturbadas décadas de 1950 e 60. Estreado em 1982, E.T. contava a história de um alien simpático que, perdido na Terra, encontra o seu melhor amigo num rapaz chamado Elliott (Henry Thomas), que apresenta aos irmãos, que decidem mantê-lo em casa em segredo, até que, subitamente, adoece. Quase 40 anos depois da sua estreia, E.T. continua a ser o quarto filme mais lucrativo de sempre nos EUA e no Canadá, onde vendeu mais de 140 milhões de bilhetes.
1982. The Thing Em parte inspirado em Alien (1979), de Ridley Scott, The Thing chega aos dias de hoje como um incontornável clássico de terror sci-fi de John Carpenter. Foi a segunda adaptação ao cinema – e mais fiel ao original do que a de Edward Lasker e Howard Hawks nos anos 50, de Who Goes There? (1951). Novela do norte-americano John W. Campbell que conta a história de um grupo de cientistas que, numa expedição à Antártida, dão com uma nave espacial enterrada no gelo há… 20 milhões de anos.
2013. Debaixo da Pele A imagem é, só de si, um spoiler. Para o que contará esta história – ou para o que esconde a pele de Scarlett Johansson no início deste filme de Jonathan Glazer, a partir do romance homónimo (Under the Skin, em inglês) de Michel Faber. Batizada apenas de The Female (num filme em que as personagens têm nomes como The Bad Man ou The Dead Woman), a personagem interpretada por Johansson é, de início, uma mulher misteriosa que seduz homens na noite de Glasgow. No final, descobriremos que não é mais do que uma extraterrestre que assumiu forma humana para levar a cabo um plano.