Nigel Farage lidera intenções de voto britânicas para as europeias

Nigel Farage lidera intenções de voto britânicas para as europeias


O recém-criado Partido do Brexit obteve 34% das intenções de voto numa sondagem.


O Reino Unido vai participar nas eleições europeias de 26 de maio e a liderar as intenções de voto está o novo partido de Nigel Farage, o Partido do Brexit, com 34% das intenções de voto, segundo uma sondagem da Opinium para o jornal britânico Observer. O Partido Conservador, de Theresa May, está em quarto lugar com 11% dos votos, enquanto o Partido Trabalhista, de Jeremy Corbyn, está em segundo (21%). Ou seja, Nigel Farage consegue ultrapassar as intenções de voto combinadas dos dois principais partidos no sistema político britânico. 

Farage lançou o seu novo partido em abril e acusa os líderes políticos britânicos de traírem o povo e o resultado do referendo de 2016, cuja realização se deveu em grande parte à sua pressão ao então Governo de David Cameron. 

A opinião é até certo ponto partilhada por Barry Gardiner, ministro sombra trabalhista para o comércio internacional: “As pessoas deste país estão zangadas, estão zangadas por o resultado do referendo não ter sido cumprido por causa de um Governo incompetente”. “E há o protesto, sinalizado por estes números: 34% a dizerem que vão votar no Partido do Brexit. Não há políticas neste partido, apenas uma”, criticou Gardiner em declarações ao Guardian. Ontem, Farage defendeu que o serviço nacional de saúde britânico deveria ser “aliviado da carga” com parcerias público-privadas e políticas anti-imigração, muito na linha do que o seu antigo partido, o UKIP, defende. 

Numa tentativa para ganhar apoio, Farage, conhecido por ser uma figura algo peculiar e defensor desde sempre do Brexit, tem alinhado numa narrativa de o Reino Unido sair da União Europeia sem acordo. Gardiner acusou o antigo líder do UKIP de tentar “redefinir o significado do referendo”. “O referendo era sobre sair da UE. Nessa altura, não se falava de saída sem acordo, não se falava de se ir para os termos da OMC [Organização Mundial do Comércio]”, recordou o ministro sombra trabalhista.