Aeroporto do Porto vai passar de 20 para 32 aviões por hora

Aeroporto do Porto vai passar de 20 para 32 aviões por hora


Expansão da infraestrutura vai custar 15 milhões e a conclusão das obras está apontada para abril de 2020.


O aeroporto do Porto vai passar, no espaço de um ano, de uma capacidade de 20 para 32 aviões por hora. As obras de alargamento já estão em curso e serão seguidas por melhorias a nível de circulação e de segurança. O investimento ronda os 15 milhões de euros e obras deverão estar concluídas em abril de 2020. 

Esta nova estrutura, que permitirá o crescimento de 60% da circulação aérea, irá contemplar a ampliação do caminho de circulação paralelo à pista, incluindo a construção de um amplo túnel central, que está a ser aberto a norte da estrutura principal do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, como constatou o i durante a visita às obras, com a presença, entre outros, do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos.

Também o presidente da Câmara Municipal do Porto que, esteve na visita, aplaudiu o aumento da capacidade aérea deste espaço e elogiou o ganho de espaço interno desta infraestrutura. Recorde-se que, Rui Moreira é dos que tem levantado mais a voz em favor da importância do Aeroporto do Porto.

O objetivo, para a Vinci Airports, segundo anunciou o seu CEO, Nicolas Notebaert, será “preparar o aeroporto do Porto para continuar a crescer”, como, de resto, “já sucede nos últimos anos”, correspondendo, além do mais, às reivindicações dos autarcas da região e dos agentes económicos do norte, cujo empreendedorismo foi elogiado pelo governante.

Para o CEO da ANA, Thierry Ligonnière, “graças a todo este investimento vão melhorar as condições operacionais do Aeroporto do Porto, reduzir o consumo de combustível e o desgaste dos aviões, em função dos seus menores tempos de rodagem, bem como diminuir as emissões de dióxido de carbono, ficando todos a ganhar com a ampliação dos espaços”.

Novos espaços no interior

Em 2018, o aeroporto Francisco Sá Carneiro recebeu 11,9 milhões de passageiros, uma subida de 10,7% em relação ao ano anterior. Já durante o primeiro trimestre deste ano manteve-se a tendência de crescimento ao subir uma média de 9,5% face a igual período do ano anterior. 

O aeroporto nortenho está ligado a 78 destinos – mais seis do que em 2018 – e a ligação a 89 rotas – mais sete em relação ao ano passado – o que justifica ainda mais estas obras.

A ampliação já abrangeu o próprio terminal, traduzindo-se em mais espaço disponível tanto em termos de circulação de passageiros como de segurança (com mais 800 metros quadrados do que o anterior), segundo revelou ao i o diretor do aeroporto Francisco Sá Carneiro. Fernando Vieira aproveitou ainda para destacar a atratividade e a  conveniência deste espaço que conta com um total de 17 espaços de restauração e 45 lojas, estas já com mais 1.500 metros quadrados.

Novo aeroporto de Lisboa no Montijo?

Já em relação a Lisboa, o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, não tem dúvidas: a cidade vai ter mesmo um novo aeroporto, no Montijo ou em outro local, mas mostrou-se otimista em relação à possibilidade de compatibilizar o impacto, no outro lado do Tejo, com “medidas mitigadoras”.

Falando à margem da visita ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, o governante esclareceu que “a avaliação do estudo de impacte ambiental está a ser feita pela Agência Portuguesa do Ambiente, entidade autónoma e independente e se a sua avaliação for negativa, que não haja ilusões quanto a isso, Portugal, obviamente, não pode estar sem novo aeroporto, pois a situação tem um impacto brutal, sobre os portugueses e sobre a economia portuguesa”.

Pedro Nuno Santos reconheceu que uma eventual solução alternativa ao Montijo para um novo aeroporto de Lisboa, “será sempre muito pior em termos de prazo e de custos, do que a solução a que nós chegámos”, mas reafirmando que haverá sempre outras soluções.

“E se não agirmos rapidamente continuaremos a perder todos os dias com essa situação”, acrescentou Pedro Nuno Santos, referindo-se ao impacto negativo na economia em geral e no turismo em especial, face às limitações do Aeroporto Marechal Humberto Delgado.

“Acreditamos que o impacto ambiental não será suficientemente forte que nos impeça de fazer aquele investimento, porque fazer um aeroporto é sempre um investimento com impacto, mas nós temos é que garantir o equilíbrio e as medidas mitigadoras necessárias para o diminuir, mas lei é clara e somos obrigados a respeitar o resultado, o aeroporto avança se houver declaração de impacto ambiental”, conforme salientou o novo ministro. 

Segundo destacou Pedro Nuno Santos, “o país já está a perder há décadas, de investimento aeroportuário, na região de Lisboa, a localização no Montijo começou já com o Governo anterior, nós acreditamos ser a melhor solução, nós precisamos, em Portugal, de uma vez por todas, de não estarmos permanentemente num para-arranca, até porque pensamos ser relativamente suportável o impacto ambiental e por isso mesmo continuamos a acreditar bastante na localização do Montijo, porque somente será necessário garantir o equilíbrio”.

Ainda segundo o mesmo governante, “há medidas tomadas anteriormente e que precisam ser continuadas, temos de ter a humildade de o reconhecer, isto não é trazer mais alguém para a responsabilização, mas o acabar com a tendência existente há demasiados anos em Portugal de agora que chegamos vamos impor a nossa vontade”, disse Pedro Nuno Santos.