PSD. Rui Rio já é líder há um ano, mas não resolveu “a turbulência”

PSD. Rui Rio já é líder há um ano, mas não resolveu “a turbulência”


Primeiro ano de Rui Rio ficou marcado por guerras internas. Resultados eleitorais serão decisivos


Rui Rio chegou à liderança do PSD há um ano, após a vitória nas eleições diretas com 54% dos votos, com a garantia de que iria resolver “alguma turbulência”, mas a difícil missão de unir o partido continua por cumprir. 

Foi no dia 13 de janeiro que Rui Rio festejou a vitória na disputa interna contra Santana Lopes. Uns dias depois, o novo líder reuniu-se na sede nacional com Passos Coelho e assumiu que existia “alguma” turbulência. “Mas a gente vai resolver essa turbulência”, garantiu.

Um ano depois, Rui Rio continua a ser contestado internamente e é confrontado com movimentações para o derrubar. O jornal “Público” noticiou esta terça-feira que vários dirigentes de distritais do PSD reuniram para avaliar a possibilidade de convocar um Conselho Nacional extraordinário para destituir a direção de Rui Rio. 

O objetivo era que o encontro fosse secreto, mas a iniciativa acabou por se tornar pública. Ao i, vários deputados e dirigentes confirmam que existe um clima de desânimo e que é muito o receio de que o PSD tenha um resultado desastroso nas próximas eleições. 

Um dos problemas é que, apesar das fracas sondagens e da atual liderança ser muito criticada internamente, nenhum dos possíveis candidatos parece estar disponível para avançar antes das eleições legislativas. Luís Montenegro, um dos nomes mais fortes numa eventual disputa pela liderança, já defendeu que deve ser Rui Rio a concorrer às eleições legislativas. “Há movimentações, mas para se mudar de liderança teria de haver outro líder. Não há ninguém que queira avançar antes das legislativas”, diz um deputado social-democrata. 

O primeiro teste eleitoral de Rio Rio serão as eleições europeias, que se realizam no dia 26 de maio. Segue-se as eleições na madeira, no dia 22 de setembro, e as legislativas, marcadas para 6 de outubro. 

Os ataques aos críticos A poucos meses das eleições, Rui Rio não conseguiu unir o partido. Ao longo deste primeiro ano à frente do PSD também não evitou responder aos ataques dos críticos. Chegou mesmo a defender que “aqueles que discordam estruturalmente” devem desfiliar-se do PSD. 

 O presidente do PSD já acusou várias vezes os que lhe fazem críticas de estarem a fazer o jogo do PS. Num entrevista à RTP, no início do mês de outubro, pediu aos que “provocam ruído” para “assumirem as suas responsabilidades. Colaborem ou estejam calados”. 

Não é a primeira vez que são noticiadas iniciativas para mudar a liderança, mas nenhuma teve sucesso. Rui Rio já garantiu aos críticos que “podem esperar sentados”, porque vai “cumprir o mandato até ao último minuto”. 

O próximo congresso, em condições normais, só deverá realizar-se no início de 2020.